A internacionalização de voos no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, é uma pendência histórica que se aproxima do fim. O governo do Estado garante que em abril de 2016 as obras do terminal serão entregues e com isso será possível a implantação do posto da Receita Federal no local, fator essencial para os procedimentos de alfândega, uma das exigências para a operação de voos internacionais. A informação é do secretário-adjunto de Estado de Turismo, Luiz Carlos Nigro. Ele afirma que duas empresas já manifestaram interesse para a criação de voos internacionais no aeroporto. Uma delas é a Amaszonas Línea Aérea, da Bolívia, que já operou em Várzea Grande durante a Copa do Mundo de 2014.
Na época também funcionava um posto provisório da Receita Federal, que foi desativado com o fim do Mundial de futebol. Uma empresa aérea chinesa também já manifestou interesse, mas não teve nome revelado pelo secretário. “O turismo internacional é o setor mais importante que precisamos trabalhar. A meta é superar o status de internacional do Marechal Rondon apenas para cargas, como funciona atualmente e expandi-lo aos passageiros. Essa mudança vai garantir que os mato-grossenses saiam da dependência de voos internacionais só por meio dos aeroportos de São Paulo ou de Brasília, como funciona atualmente. Essa transformação vai permitir que o Estado tenha portas abertas para os turistas”.
O secretário-adjunto Luiz Calos Nigro avalia que o turismo oferecido por Mato Grosso é visto com bons olhos pelos estrangeiros, característica positiva para o crescimento econômico do Estado. Para o presidente do Conselho Estadual da Confederação Nacional de Turismo (CNTUR/MT), Jaime Okamura, a abertura para voos internacionais é uma medida que precisa ser concretizada com urgência. “Esta é uma demanda antiga. O Estado tem muito potencial. É preciso sair da boa vontade e ir para a prática. Cuiabá é um ponto estratégico para a América Latina já que está no centro do continente, isso significa se transformar em ponto de partida e destino para muitos voos internacionais. Para a economia as vantagens são imensas, pois são muitos setores envolvidos”.
O presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de Mato Grosso (Sindetur), Oiran Gutierrez, diz que quando o “sonho” da internacionalização dos voos domésticos for realidade, o Estado vai ter um divisor cronológico. “Falaremos em Mato Grosso antes e depois dos voos internacionais. Mas para isso é necessário que as ações sejam feitas em conjunto, tanto entre o governo estadual quanto com a Receita Federal, porque se a pretensão é para que isso ocorra já ano que vem, é necessário saber se haverá orçamento e servidor disponível para ser designado ao Marechal Rondon, para realizar a alfandegagem. As medidas precisam ser tomadas desde já”.
O secretário-adjunto Luiz Carlos Nigro disse que um projeto de incentivos fiscais às empresas áreas, que está sob análise jurídica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedec), prevê alteração no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “A isenção será sobre o combustível das aeronaves. Esperamos que no começo de 2016 já tenhamos a aprovação desse projeto”. Estes incentivos beneficiariam as empresas nacionais visando maior participação nos voos regionais em Mato Grosso e incluiria as empresas internacionais como forma de atraí-las para o Estado.
Para o presidente do CNTUR/MT, Jaime Okamura esta medida seria fundamental para diminuir inclusive os preços das passagens. “Vemos que as passagens para destinos dentro do próprio Estado estão mais caras que para outras unidades da federação. Isso é sem dúvida um fator que prejudica o desempenho ou melhoramento da aviação em Mato Grosso”, afirma. “Já está na hora deste cenário mudar, precisamos crescer. O Marechal Rondon tem que deixar de ser o patinho feio da história”, argumenta o presidente do Sindetur, Oiran Gutierrez.