Descontentes com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ao qual chamam de “golpe”, estão fazendo convite para um ato unificado nesta sexta-feira, às 18h, na praça Ipiranga, no Centro de Cuiabá. Assim como vem ocorrendo em outras cidades brasileiras, vão pedir o impeachment do presidente Michel Temer (PMDB), entendendo que ele não foi eleito e que chegou à presidência por meio de artimanhas políticas.
O ato, conforme o artista visual João Roberto Moreira, 36 anos, um dos organizadores, surgiu espontaneamente e não motivado por partidos. “Vamos fazer um ato pacífico, mas estamos revoltados com o golpe da turma do PSDB e do PMDB. Acreditamos que o povo escolhe o presidente e também pode tirar, mas não com golpe”.
Outro organizador, o estudante Gilberto Julião, diz que no ato vai ter carro de som para declarações de apoio à ex-presidente, contra o golpe, contra Temer e outras pautas. Cartazes, faixas e outros adereços serão confeccionados para passar mensagens de insatisfação.
Há a possibilidade de saída da praça Ipiranga até a Alencastro, mas somente se houver uma participação considerável. Pela página do Facebook de convocação do Ato Unificado contra o Golpe #ForaTemer, 500 pessoas confirmam presença.
Movimentos sociais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) e a Associação dos Docentes da UFMT, entre outros, também já confirmaram participação.
Para Gilberto Julião, o ato será ainda um alerta para o risco de perda de direitos trabalhistas. Ele cita as PECs 241, que limita o aumento dos gastos públicos à taxa de inflação do ano anterior, e a 257, que, entre outros aspectos, trata de reforma fiscal e fala em suspensão de concursos públicos.