Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio e o Grupo de Estudos e Pesquisa em Economia e Agronegócio da Universidade do Estado de Mato Grosso revelou o “custo marginal tributável” de empresas de diversos segmentos do comércio que estão sobrecarregadas com a prática da informalidade na capital.
Para o diretor de Pesquisas do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio, Maurício Munhoz, o setor formal absorve a responsabilidade tributária da informalidade, acrescentando em sua carga 12,5% de tributos. “O que a informalidade não recolhe de tributos se transforma em um excesso de sobrecarga para a formalidade”, disse o diretor no estudo, que afirma, ainda, que isso significa maiores custos dos produtos aos contribuintes.
O material também destaca o perfil dos informais, formado por cidadãos brasileiros e estrangeiros – a maioria provenientes do Senegal e do Haiti – que se agarram à informalidade para sobreviver ou complementar renda. No entanto, Maurício Munhoz informa que “existem aqueles que conseguem controlar diversas bancas nos camelódromos da cidade e acabam arrendando os espaços. Também existem famílias que acumulam diversas bancas e acabam atuando na informalidade”.
Ainda de acordo com o estudo, existem, aproximadamente, 6,43% ou 19 mil pessoas desempregadas em Cuiabá, considerando os desalentados, onde a maioria são jovens que não possuem qualificação profissional. Por esta razão, o superintendente, Igor Cunha, explica que esta condição desestimula muitos deles a continuar os estudos. “Quando eles concluem o ensino médio regular, muitos não conseguem uma boa colocação no mercado de trabalho, o que tem provocado a ida para o trabalho informal, os socialmente aceitos ou não”.
Com isso, ele esclarece que, por falta de experiência no mercado formal, os jovens “encontram nestes locais condições de ganhar dinheiro e, posteriormente, criar um desejo de juntar um montante suficiente para investir em sua própria banca e se tornarem empreendedores informais. No entanto, é falsa a ideia de prosperidade, o que faz com que este ciclo da informalidade só cresça em Cuiabá”, concluiu o superintendente da Fecomércio.