A BR-163 está liberada no Nortão depois de quatro dias de bloqueio. Caciques das tribos do Nortão que estavam bloqueando a passagem de caminhões, ônibus, veículos e motos desde domingo de manhã reuniram-se, por mais de duas horas, com o procurador da República Mario Lucio Avelar e um representante do Ministério dos Transportes. Os índios protestavam contra os impactos ambientais que seriam causados em suas áreas devido a pavimentação da BR-163 de Guarantã do Norte até a divisa com o Pará numa extensão de 54 km. De acordo com o procurador, houve premiditação em anunciar a pavimentar a pavimentação dos 54 km da rodovia porque ainda não saiu a liberação da licença ambiental, por parte do Ibama, para fazer a pavimentação.
As autoridades comprometeram-se em enviar um documento para a presidência da República com as reivindicações dos índios serão para serem inseridas no Plano da BR-163 Sustentável. Os índios querem garantias de demarcação de áreas indígenas no Norte de Mato Grosso e no Pará para que não ocorram invasões de suas áreas quando for pavimentada a rodovia da divisa de Mato Grosos até o porto de Santarém (PA), numa extensão aproximada de 900 km para escoamento da safra agrícola e madeira do Nortão mato-grossense e Sul paraense com maior rapidez e economia do que com as rotas atuais. Os caciques temem que ocorram invasões de suas áreas a partir do momento que a pavimentação for concluída.
No documento, os índios do Nortão também reforçam o pedido de exoneração do presidente da Funai.
Além da BR-163 -principal via que liga o Nortão a capital, eles também liberaram o funcionamento de uma balsa na rodovia que liga São José Xingú com a BR-080 e dando acesso a Peixoto de Azevedo. O tráfego estava interrompido desde ontem. Mais de 200 pessoas estavam esperando passar, inclusive caminhões carregados com gado, comida, combustível, além de pessoas que moram em cidades do Nortão.