Índios da etnia Enawenê-nawê que bloquearam a ponte do rio Juruena na MT-170, em Juína, esperam se reunir nesta quinta-feira (17) com representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e das prefeituras de Juína e Brasnorte, que vão até a aldeia para verificar as condições em que vivem e também para ouvir as cerca de 28 reivindicações dos indígenas.
De acordo com A Gazeta, o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) no município, Antônio Carlos Ferreira de Aquino, destaca que um servidor da Funai, que esteve no local e atestou que existem de fato problemas na parte de infraestrutura, inclusive no posto de saúde que atende a região. Os indígenas reclamam que as vacinas acabaram, faltam medicamentos para as crianças e o posto de saúde está em péssimas condições.
Uma das causas apontadas seria o fim do contrato com uma Organização Não Governamental (ONG), ocorrido no último dia 31, que era responsável pelo atendimento. A hipótese foi descartada pelo coordenador. "Mesmo com o fato de o contrato não ter sido renovado imediatamente não há a possibilidade de que isso tenha contribuído para o problema. O importante é que vamos até lá, ouviremos os índios e buscaremos soluções". A ponte, que está fechada pelos índios desde a noite da última segunda-feira (14), não tem previsão de liberação.
Conforme Só Notícias já informou, para liberar a travessia, os cerca de 200 índios cobram valores dos motoristas que variam de R$ 30 para motos, R$ 50 para carros e caminhonetes e até R$ 100 de caminhões e ônibus. O dinheiro serviria para a locação de ônibus que os leve até Brasília (DF) para que seja possível cobrar das autoridades melhorias nos serviços de saúde.