Cerca de 200 indígenas da etnia Munduruku, da bacia do Tapajós, continuam ocupando os alojamentos e o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica São Manoel, localizada entre os municípios de Alta Floresta e Paranaíta (391 quilômetros de Sinop). Segundo informações da assessoria da empresa, uma reunião para negociar a desocupação entre representantes Fundação Nacional do Índio (Funai) e os índios ocorrerá, esta manhã.
Os indígenas chegaram ao canteiro de obras da usina, na madrugada do último sábado (15). A decisão de ocupar pacificamente o local ocorreu após um encontro de índios mundurukus ‘Aya Cayu Waydip Pe’, no dia 10 de maio, na aldeia Santa Cruz, no município de Jacareacanga, no Pará. Neste encontro foram discutidos os problemas causados pela construção da empresa hidrelétrica, no rio Teles Pires, em Paranaíta.
Na pauta de reivindicações, buscam informações do local onde foram colocadas as urnas funerárias de índios supostamente assassinados na região. Exigem que a empresa hidrelétrica criem o ‘Fundo Munduruku’ para construção de uma universidade indígena, apoio sem interferência das hidrelétricas, proteção dos lugares sagrados e preservação da cultura e história deles. Eles cobram demarcação e homologação das terras indígena Sawré Maybu. Eles exigem que o governo realize uma consulta livre, prévia e formada de acordo com o protocolo Munduruku, para construção de qualquer obra que causa impacto direto aos índios. Além disso, eles cobram a parecença do presidente da Funai, Ministério da Justiça, diretores da UHE São Manoel e Teles Pires, Ministério Público Federal, Ministério do Meio Ambiente, de Minas e Energia e do presidente do Ibama.
Outro lado
A assessoria da usina São Manoel informou, ao Só Notícias, que segue em tratativas com o povo Munduruku e também com os órgãos competentes, e está fortemente comprometida em encontrar uma solução que garanta a segurança das comunidades locais, colaboradores e do empreendimento.