Índios kayapós começam a articular a formação de uma comissão para se reunirem com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília. A garantia do encontro, previsto para início do março, foi a “moeda de troca” para a libertação do servidor do órgão, Manoel Nunes. Ele foi feito refém durante quatro dias, na divisa de Mato Grosso com o Pará. O servidor foi liberado, ontem, no final tarde. O coordenador regional em Colíder (160 km de Sinop), Sebastião Martins, disse terem sido seguidas orientações da presidência da entidade. Ele e policiais federais negociaram diretamente a liberação do funcionário.
Os índios reivindicam o início do estudo antropológico para a demarcação e inclusão de uma área, na divisa entre os municípios mato-grossense de Santa Cruz do Xingu e São Félix do Xingu (PA), em uma reserva indígena. Ela seria de proteção ambiental, mas pousadas estariam sendo instaladas. Eles denunciam desmatamento ilegal e pesca predatória, além de afirmar ser tradicionalmente ocupada pelo seu povo.
Sebastião afirmou que a Polícia Federal continua com a investigação sobre a explosão de um caminhão, utilizados pelos índios. Eles dizem ter sido um ato criminoso. Este fato “esquentou” os ânimos entre indígenas e fazendeiros da região. Os indígenas chegaram a ficar concentrados nas proximidades das pousadas.