Os líderes indígenas da aldeia Kremoro, da etnia Kaiapó – na região de Peixoto de Azevedo -, juntamente com técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) vieram a público na tarde desta quarta-feira corrigir o que havia sido publicado na imprensa sobre a possível morte de recém-nascidos na aldeia.
O grupo, que está em Cuiabá na busca por medicamentos e melhorias na infra-estrutura local (460 habitantes), conta com um índice baixíssimo de mortalidade entre os índios recém-nascidos, segundo informou os líderes kaiapó presentes.
Como a principal dessas reivindicações dispõe sobre o tratamento da água consumida pelos habitantes, o chefe do Distrito Indígena Kaiapó-Colíder na Funasa, Francisco Carlos Vieira, explicou que a intenção do líder indígena Bpdjore Metuktire, ao falar a imprensa durante reunião com o presidente da Assembléia Legislativa na terça-feira (10), era alertar a administração pública sobre a iminente necessidade de sanear a água consumida e evitar com isso o número de pessoas com diarréia na aldeia. “A intenção do líder foi explicar que com o tratamento da água o número de crianças com diarréia cairá em 50% e não que este problema mata por ano 50% das crianças que nascem na aldeia”, declarou Francisco. Em 2005, segundo dados da Funasa, foi registrado apenas uma morte na aldeia, de um recém-nascido prematuro com o parto realizado no Hospital Regional de Colíder.
Acompanhado dos líderes indígenas Bemoro Metuktire e Bebdiriti Txucarramãe, o presidente da associação APRE-RE explicou que a visita ao parlamentar Silval Barbosa (PMDB) aconteceu na busca por uma solução para o acesso ao local que hoje só é feito via aérea. “O deputado está intercedendo junto ao governador Blairo Maggi para resolver o problema da falta de uma estrada, em um trecho de 60 quilômetros, ligando a aldeia ao município de Peixoto de Azevedo. Ele se comprometeu conosco a colaborar no processo”, explicou Francisco.
O deputado Silval Barbosa garantiu apoio a todas as ações que envolvam melhorias para as comunidades indígenas serão avaliadas e encaminhadas. O parlamentar explicou que irá procurar o governador Blairo Maggi (PPS) e o chefe da Casa Civil, Luiz Antônio Pagot, para tentar viabilizar a obra. “O governo do Estado tem sido sensível a questões como esta. Acho que podemos resolver isso assim que as condições climáticas favorecerem”, informou o presidente da Assembléia.
Segundo o coordenador regional da Funasa, Evandro Vitório, a questão da falta de água tratada, que está provocando doenças como diarréia, já está sendo solucionada com a contratação de uma empresa que irá executar os serviços de captação, suporte e tubulação; adução; distribuição; cerca de proteção e tratamento com a instalação de equipamento de cloração. “A partir de fevereiro as obras se iniciam. A empresa já está pronta para iniciar os trabalhos no local”, garantiu Evandro.