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Incêndios consomem 21 mil hectares de parque nacional em MT

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Nos últimos 7 anos as queimadas na área do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães destruíram uma área referente a 66% o tamanho da Unidade de Conservação (UC). Foram 21,6 mil hectares (ha) devas-tados entre 2005 e 2011. Este ano 8 focos de incêndio já foram registrados dentro da área e no entorno que ameaçam a biodiversidade, a vida da população que mora na cidade e utiliza a rodovia Emanuel Pinheiro.

Monitoramento é realizado pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMbio), responsável pela preservação integral do Parque. Quando somada à devastação da área de amortecimento, considerada até 10 quilômetros de distância do limite do Parque, a agressão equivale a 1,5 o tamanho da UC, que compreende 32,6 mil hectares.

A zona de amortecimento teve 105 focos de incêndio no período de 7 anos, enquanto dentro do Parque foram 71. A ameaça fora dos limites é o maior motivo de preocupação aos brigadistas, principalmente quando a área está próxima aos morros. Analista ambiental do ICMbio, Sandro Benevides do Carmo explica que os esforços se concentram em evitar que o fogo chegue a estes pontos, que são de difícil acesso às equipes.

Um dos 3 grandes incêndios registrados em 2010 iniciou próximo ao Morro do São Jerônimo, atingindo o Mirante do Centro Geodésico, o Circuito das Cachoeiras até próximo de Campo Verde (131 km ao sul da Capital). Foram perdidos em torno de 15 mil hectares, mesmo com a ajuda de helicópteros. O vento comum entre agosto e setembro contribui para es- palhar as chamas, além da alta temperatura e baixa umidade do ar.

Brigadistas têm ponto fixo estratégico entre os morros e este ano as cadeias de morros não foram atingidas até o momento. A impossibilidade na chegada de caminhões e o risco de dissipação rápida do fogo são critérios levado em conta no momento de atendimento dos focos.

O entorno do Parque tem várias pequenas comu- nidades, como a do Rio dos Peixes e dos Médicos. Nestas áreas a ação de atear fogo continua a ter influência direta nos focos. O início de uma devastação pode ser pela queima de lixo ou de pastagem, uma prática tradicional entre os fazendeiros com objetivo de renovar as gramíneas. A queima é proibida nesta época do ano e mesmo fora do período os donos em geral não têm autorização estadual para realizá-la. Sandro destaca que os hábitos provocam as queimadas, prejudiciais ao Cerrado e à saúde da população.

Os anos de 2004, 2007 e 2010 foram os que mais destruíram o Parque e a Área de Preservação Ambiental (APA) de Chapada dos Guimarães, que fica no entorno. O intervalo de 3 anos para ocorrência de grandes incêndios está relacionado à quantidade de massa orgânica disponível para a queima e as condições climáticas. Situação que faz o ICMbio se preparar para enfrentar mais uma temporada crítica de combate. Entre as medidas de prevenção estudadas está o manejo do fogo. A ação de queimada controlada em pequenas áreas da UC realizadas pelo ICMbio evitaria que durante o período crítico do ano os incêndios de grande proporção ocorressem. O projeto piloto é desenvolvido no Parque Nacional das Emas, em Goiás, em períodos anteriores ao da seca.

Há discussão entre os especialistas se a queima nas áreas de proteção não seria um processo natural, quando não há interferência humana. O projeto ganha respaldo e Sandro explica que o trabalho mudaria. Quando um foco fosse registrado, dependendo das circunstâncias, seria monitorado, sem o combate.

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