Um incêndio acidental atingiu o estande de tiro da Gerência de Perícias de Balística da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), localizada no Bairro Carumbé, na capital, ontem. O incidente ocorreu após um perito criminal realizar um tiro na caixa de coleta de projéteis, que contém estopa.
O procedimento é feito para a coleta do projétil e posterior comparação microscópica com projeteis coletados em cenas de crimes, com objetivo de se identificar a arma que originou os disparos. Quando o tiro é produzido, o projétil sai do cano em alta velocidade e com elevada rotação. Ao entrar em contato com a estopa, esta rotação proporciona a formação de um novelo que envolve o projétil, protegendo-o de possíveis deformações acidentais, desacelerando-o e conservando as características necessárias aos procedimentos comparativos aplicados.
O material de estopa entrou em combustão rapidamente e se propagou por toda a sala, atingindo o revestimento acústico de espuma que havia no local. Toda a estrutura de isolamento acústico do estande foi consumida pelas chamas e deverá ser reconstruída. Na ocasião, havia dois peritos trabalhando no setor, mas ninguém ficou ferido.
“As paredes vão impregnando com o tempo com pólvora incombusta (que não foi queimada), devido a enorme demanda de produção de tiros no estande. Acredito que isso tenha causado a propagação na espuma", explicou o gerente de perícias de balística, Emivan Batista, por meio da assessoria.
Devido à porta de aço corta-fogo, as chamas do incêndio ficaram concentradas no estande até serem extintas pela equipe do Corpo de Bombeiros. O expediente foi suspenso imediatamente para a segurança dos servidores, porém, foi retomado hoje, exceto nos setores mais atingidos pelas chamas e fumaça.
A espuma utilizada no setor de Balística absorve o ruído interno e controla reverberações e ondulações provocadas pelos tiros. Ainda segundo a Politec, o material acústico possui em sua composição elementos que não propagam chamas, conforme as especificações técnicas.