Mato Grosso investiu US$ 436,626 milhões na aquisição de produtos originários de outros países nos 4 primeiros meses deste ano. Os gastos estão 1,66% acima do total consumido no mesmo período do ano passado, quando foram movimentados US$ 429,459 milhões com importações. Pelo Porto Seco em Cuiabá chegaram ao Estado mercadorias que movimentaram US$ 74,725 milhões no 1º quadrimestre, bem abaixo dos US$ 140,555 milhões de 2014. O bom resultado do último ano foi influenciado pelas importações das composições do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e de equipamentos para subestação de energia em Paranatinga.
Confrontando os números de 2015 com os alcançados nos primeiros 4 meses de 2013, quando foram movimentados US$ 54,612 milhões, este ano avança como um ano melhor, apesar da conjuntura econômica desfavorável às importações. Além do dólar valorizado (R$ 3,19) frente à moeda brasileira, a decisão do governo federal de aumentar os tributos sobre produtos importados – maquinários, medicamentos e outros produtos, como cerveja – aumentará a distância entre o saldo das importações e exportações mato-grossenses, avalia o diretor do Porto Seco, Elton Erthal. “Se o dólar estivesse equiparado a anos anteriores, teríamos uma queda nesse saldo de importações, porque estamos falando de 2015, quando US$ 1 equivale a R$ 3. Se eu transformar os valores em dólares em reais, o resultado será pior que o de 2010, por exemplo, quando o real estava valorizado”.
Para ele, apesar de a economia brasileira estar estagnada, a produção agrícola continua crescendo e isso pode ajudar a equiparar o saldo das importações via Porto Seco em 2015 com anos anteriores. Pelo terminal aduaneiro, chegam ao Estado principalmente máquinas agrícolas, bobinas de aço, pneus e silos-bolsas. Em maio também foram importadas colheitadeiras de algodão. “Em relação ao ano passado teremos uma diminuição devido a alguns investimentos sazonais”. Para Erthal, os importadores já estão sendo prejudicados com a desvalorização do real frente ao dólar e a elevação de impostos torna tudo mais difícil.
O presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas em Mato Grosso (Sincofarma), Ricardo Cristaldo lembra que 70% dos insumos farmacêuticos são importados. “A indústria vai jogar o imposto para o preço, não este ano, porque o reajuste já ocorreu em 31 de março, mas no ano que vem. Ou então, se não puder repassar, lança outro produto com um novo princípio ativo e com nome atualizado. Acontece muito”, diz ao comentar que as vendas nas farmácias caíram 30%.
Conforme defendeu o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a votação da Medida Provisória 668, que elevou as alíquotas da contribuição para o Programa de Integração Social (Pis/Pasep Importação) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins-Importação) sobre mercadorias industrializadas, foi importante por trazer equilíbrio e competitividade entre produtos importados e nacionais.