O alto preço da energia elétrica e os impactos causados pela Usina Hidrelétrica de Sinop a fauna e flora regional e ao grupo de pessoas que vive próximo as barragens, serão discutidos por militantes do Movimento Atingidos por Barragens (MAB), durante o “encontro dos atingidos”, dias 19 e 20, no auditório da UFMT. Iury Paulino (MAB/Pará) vai palestrar sobre a questão energética e o preço da tarifa, e debater o tema com os participantes.
“O valor da tarifa de energia não diminui, esse vai ser um dos pontos discutidos. A produção de energia entra no Sistema Interligado Nacional, distribuindo energia elétrica não somente para a região mas para onde houver demanda”, diz a coordenadora do evento, Tatiane Lima Campos. Ela também declarou que, quando usina estiver em atividade, esse "quadro não será revertido e os valores continuarão em alta". Um dos fatores que mais impacta no alto preço das tarifas é a cobrança de impostos por parte do governo, principalmente o ICMS.
A coordenadora aponta que, com a construção da usina, os principais prejudicados são os pescadores, as 215 famílias que vivem na Gleba Mercedes, e moradores dos assentamentos do Incra, em especial do P.A. 12 de Outubro, na cidade de Cláudia, onde 22 das 40 famílias que ali vivem terão que ir para outro lugar devido a inundação.
A UHE está sendo construída no rio Teles Pires, em barragem situada nas áreas dos municípios de Cláudia e Itaúba. O reservatório atenderá os municípios de Cláudia, Itaúba, Ipiranga do Norte, Sinop e Sorriso. Os investimentos foram de R$ 1,8 bilhão, para construção de uma Casa de Força com duas turbinas/geradores e potência instalada de 400 megawatts (MW), que vão gerar energia elétrica para 1,6 milhão de pessoas, equivalente a metade da população do Estado. O prazo previsto para finalização da obras e inicio da produção de energia é janeiro de 2018.