Fiscais do Ibama encontraram quatro mil metros cúbicos de madeira ilegal abandonados no Distrito de Conselvan, que faz parte do município de Aripuanã. Situada entre as terras indígenas Aripuanã, da etnia Cinta Larga e Arara do Rio Branco, cuja etnia tem o mesmo nome, Conselvan possui muitas empresas madeireiras.
A presença do Ibama na localidade, que inicialmente tinha por objetivo atender o desmatamento indicado pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), provocou rumores de que o órgão faria fiscalização dos estoques de madeira nos pátios das madeireiras da região. As empresas que possuíam madeira em seus pátios sem origem legal começaram a “desovar” o produto em diversos pontos do distrito.
Atendendo a várias denúncias, os fiscais partiram em busca de madeira abandonada no entorno de Conselvan. No primeiro ponto de desova foram encontrados aproximadamente 400 toras e 20 pacotes de madeira serrada. Acreditando que esse não seria o único ponto, continuaram as buscas e encontraram mais dez pontos de madeira desovada, em tora e serrada. Voltando às proximidades da vila, o Ibama encontrou mais seis pontos.
Os locais escolhidos pelos infratores para desovar as madeiras foram terrenos abandonados e chácaras sem moradia, localizados nas proximidades da Vila do distrito de Conselvan. Em apenas três dias, as equipes localizaram mais de 1,5 mil toras e mais de 100 pacotes de madeira serrada, distribuídas em 17 diferentes pontos. Ao longo da ação, foram encontrados quatro mil metros cúbicos de madeira em tora e serrada.
Segundo o chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama em Mato Grosso, Wérikson Trigueiro, é muito provável que grande parte dessa madeira tenha sido retirada de forma ilegal das Terras Indígenas. A madeira já está sendo recolhida. Será doada conforme determina a legislação ambiental, a órgãos e entidades públicos ou a entidades sem fins lucrativos e de caráter beneficente. Entre as essências encontradas, havia jatobá, cerejeira, peroba, ipê, maçaranduba e cedrinho, todas com grande valor de mercado.
A ação faz parte da operação Onda Verde, que está em execução em Mato Grosso e tem por objetivo combater o desmatamento ilegal na Amazônia.