O coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Bruno Barbosa, fará, até sexta-feira, reuniões com as lideranças políticas e sindicais de produtores rurais em Sinop e nas regiões de Redenção, São Félix do Xingu e Novo Progresso, no Pará, e Lábrea, no Amazonas. Ele solicitará o engajamento na luta contra o desmatamento ilegal e fará relato dos objetivos da Operação Disparada. Hoje à tarde, a reunião acontece em Sinop.
Ontem, a equipe esteve em Redenção e São Félix do Xingu. Bruno explicou o contexto geral da operação. “O Ibama utiliza satélites para monitorar o desmatamento. Tomando como base o período entre agosto/2010 e março/2011, essas foram as regiões onde houve maior crescimento do desmatamento no período”, informa. Segundo ele, o objetivo do Ibama é combater o desmatamento ilegal, que é acompanhado em tempo real, mas, se a motivação para o desmatamento é a criação de gado, então, torna-se parte da ação a apreensão do fruto do crime, que será doado para o Programa Fome Zero.
O coordenador-geral citou como exemplos as operações Boi Pirata 1 e 2, ocorridas na Terra do Meio e em Novo Progresso respectivamente. “A preocupação de perder gado em área embargada reduziu drasticamente o desmatamento nessas regiões”, lembrou. Além da apreensão de gado, o município que figura como desmatador perde benefícios em termos de políticas públicas. “Os procedimentos de regularização fundiária podem ser barrados e o gado da região diminui seu valor no comércio”.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Redenção, Afif Al Jawabri, o produtor rural quer a regularização e a maior parte já tem consciência. “É a própria sobrevivência da atividade”, alegou. Já para o presidente do Sindicato Rural de São Félix do Xingu, Francisco Laércio Alves de Sousa, há três anos, a cidade estava no topo do desmatamento e esse número veio caindo. Para Francisco, ou o produtor muda de atitude ou o Ibama vai continuar indo à cidade e batendo num lugar complicado, que é o bolso. “O governo abriu o diálogo e nossa intenção é continuar o diálogo”, finalizou, através da assessoria.
Para Bruno, são poucos os que ganham com a derrubada de algo que é um bem público. Ele foi enfático ao afirmar que, enquanto houver desmatamento ilegal, haverá vistoria de embargos e apreensão de gado como rotina de trabalho. Ao término de cada reunião, o coordenador-geral lançou um desafio positivo. “No final do mês de abril, quero ver que município irá zerar seus desmatamentos, abrindo passo para um círculo virtuoso de regularização ambiental e recebimento de políticas públicas”.
Apesar de ter havido um início de conflito em Novo Progresso, a situação já está calma. Os manifestantes saíram da sede do Ibama e a previsão é que a reunião tenha continuidade hoje na sede do Ibama no município.