A juíza da 2ª Vara Criminal, Débora Roberta Pain Caldas, condenou a 28 anos de prisão Célio Damião Pereira de Oliveira, 25 anos, por envolvimento no latrocínio de Jorge Roberto da Silva, 45 anos. O crime ocorreu em janeiro, em uma residência, no Jardim das Acácias.
Na sentença também foram inclusos os crimes de tentativas de latrocínio (contra parentes de Jorge Roberto) e corrupção de menores (por duas vezes), em concurso formal impróprio. Célio começará a cumprir a pena em regime fechado, no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”. No entanto, ainda cabe recurso da decisão.
O filho de Jorge Roberto afirmou, perante ao juízo, que estava com a família na residência, quando, no momento em que abriram o portão, foram surpreendidos por três criminosos armados. Ele contou que os suspeitos anunciaram o assalto e mandaram todos entrar na casa. No caminho, no entanto, Heitor Camargo, 75 anos, pai de Jorge, tropeçou na calçada. Em “resposta” um dos assaltantes disparou contra ele.
De acordo com esta versão, Jorge Roberto “pulou” no ladrão e acabou atingido por um tiro na cabeça. O filho da vítima, então, entrou em luta corporal com o acusado, que desferiu mais um disparo. O disparo, segundo ele, passou próximo ao seu ouvido. O homem contou que conseguiu tomar a arma do assaltante, que acabou fugindo junto com os outros dois suspeitos, sem levar nada da residência.
Célio, por outro lado, negou a versão de latrocínio. Ele justificou que um dos adolescentes envolvidos no crime tinha uma “rixa” antiga com a vítima. O réu declarou que o menor entrou na casa, sacou a arma e efetuou os disparos. O motivo, segundo esta versão, seria um desentendimento de trânsito.
Débora Roberta destacou que a versão contada por Célio é “contrária às provas” reunidas durante o processo. “Ademais, além das declarações das vítimas, o menor envolvido na prática dos crimes imputados ao acusado, confessou na delegacia de Polícia que saíram para praticar o crime de roubo, esclarecendo, ainda, que a residência onde os fatos ocorreram foi escolhida ocasionalmente. Registre-se que em momento algum afirmou, perante a autoridade policial, sobre a existência de uma suposta “rixa” entre uma das vítimas e algum deles”.
Conforme Só Notícias já informou, o menor de 16 anos se apresentou, em fevereiro, acompanhado de um advogado. Ele foi encaminhado para o centro de ressocialização. A Justiça já havia deferido o pedido de internação por tempo indeterminado. Um outro adolescente chegou a ser apreendido acusado de participar do latrocínio. No entanto, com parecer favorável da Promotoria de Justiça, o juiz Cléber Luís Zeferino de Paula revogou a internação, por entender que “não ficou evidenciado” o envolvimento dele na morte de Jorge Roberto. O menor acusado de atirar na vítima continua foragido.
Jorge era ministro da Eucaristia na Igreja Católica (paróquia São Camilo e também na comunidade Santa Ana) e também ajudava em pastorais. Ainda cursava Engenharia Civil na Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat). Ele foi velado e sepultado em Sinop.