O homem acusado de ter matado a ex-mulher a machadadas e esconder o corpo debaixo da cama, depois de jogar perfume sobre o cadáver vai a julgamento na quarta-feira (13), em Cuiabá. Vanderlei Tomé Soares, 30 anos, foi preso 14 dias após o crime, no Mato Grosso do Sul. Ele portava documentos falsos e pretendia fugir para Santa Catarina.
Vanderlei já havia sido indiciado pelo assassinato de um taxista, crime ocorrido 2 anos antes. A ex-companheira dele, Rayane Luzia Pereira da Silva, 19 anos, foi morta no dia 22 de fevereiro de 2010. O corpo foi encontrado pela mãe da vítima no dia seguinte. O crime ocorreu na linha 15 do Cinturão Verde, no bairro Pedra 90, em Cuiabá.
A vítima morava com o suspeito em Campo Grande (MS) e havia se separado. Voltou para a casa dos pais em Cuiabá quando, no carnaval, Vanderlei veio para a cidade para tentar reatar o casamento. Os dois voltaram a viver juntos mas, segundo familiares, a vítima não queria voltar a morar com ele fora de Cuiabá. Ele estaria insistindo e ela dizia que queria ficar perto da família.
Na noite de domingo foi a última vez que a família viu a jovem. O casal foi para o quarto e na manhã de segunda-feira os pais dela levantaram muito cedo para o trabalho e não perceberam nada. Voltaram no início da noite e como não viram movimento acharam que o casal já havia se recolhido ao quarto.
Foi só na terça-feira, antes de sair para o trabalho, por volta das 5h, que a mãe decidiu bater na porta do quarto. Como não houve resposta, acabou abrindo. A princípio não percebeu nada de estranho, apenas sentiu um forte cheiro de perfume que havia sido derramado no chão, para acobertar o odor do sangue. Ao se debruçar, a mãe viu o corpo enrolado no cobertor, debaixo da cama.
No dia 6 de março Vanderlei foi preso no bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande, no momento em que ele tentava pegar seu veículo, que estava sendo consertado em uma oficina. Durante a abordagem, usava uma carteira de motorista falsa. Em depoimento ao delegado André Gonçalves, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Vanderlei alegou que o crime foi motivado pela infidelidade da esposa, que aproveitava a ausência dele para receber o amante em casa.
Mas segundo a família da jovem, ela temia voltar a morar com ele longe dos familiares, apesar da insistência dele em reatar o relacionamento. Além de confessar a morte de Rayane, ele assumiu a participação no assassinato do taxista Benedito Duarte de Oliveira, ocorrida em abril de 2008, em Várzea Grande.