O PROFOR 163, projeto de participação social no desenvolvimento sustentável da rodovia Cuiabá-Santarém, discute entre 13 e 15 de novembro em Lucas do Rio Verde a primeira etapa de sua implementação. Surgido a partir da Carta de Santarém, que em 2004 foi apresentada pelos movimentos sociais ao Governo Federal para que o asfaltamento da rodovia não repetisse o desmatamento e a violência de outras obras de infraestrutura na Amazônia, esse projeto reúne diversas instituições no Consórcio de Desenvolvimento Socioambiental da BR 163 (Condessa) e trabalha em temas complementares ao Plano BR-163 Sustentável, de caráter interministerial.
Entre os participantes está a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), o Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM), o Fórum Mato-grossense de Desenvolvimento (FORMAD), as Federações dos Trabalhadores na Agricultura do Pará e do Mato Grosso, o Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163, a Federação de Obras Assistenciais (FASE), o Instituto Centro Vida (ICV) e a Operação Amazônia Nativa (OPAN) e os Sindicatos de Trabalhadores Rurais de Santarém e de Lucas do Rio Verde, além de entidades convidadas.
A Rede GTA, que coordena o projeto apoiado pelo Programa de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, participa com técnicos e representantes dos coletivos regionais GTA Mato Grosso, GTA Nortão Matogrossense, GTA Transamazônica e Xingu e GTA Baixo Amazonas. Além dos quatro pólos que coincidem com esses coletivos existe também um foco específico em Itaituba, no oeste do Pará.
Entre os objetivos do projeto estão ações voltadas para a melhoria das condições de monitoramento ambiental, comunicação comunitária e gestão social. A área de influência da rodovia BR 163 abriga alguns dos pontos de maior desmatamento e violência da Amazônia no período atual – assim como também algumas das experiências importantes de redução do desmatamento e de alternativas de produção justa e sustentável das comunidades da floresta.
O PROFOR 163 também está interagindo com outras iniciativas de mesmo objetivo nessa área, como é o caso da campanha I Ykatu Xingu – voltada para a defesa dos mananciais de um dos maiores rios da floresta – e as diversas iniciativas de gestão ambiental rural, territórios rurais e agendas 21 locais em andamento nessa enorme região. Também ali ocorre a implantação do primeiro distrito florestal sustentável, projeto-piloto da recente Lei de Gestão de Florestas Públicas.