A greve dos agentes, papiloscopistas e escrivães da Polícia Federal está completando, hoje, 49 dias sem previsão de acordo com o governo. A categoria foi uma das poucas que não aceitaram o reajuste de 15% (dividido em 3 parcelas) proposto pela presidente Dilma Rousseff. Segundo um dos diretores do Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso, Júlio César Andrade Vieira, o acordo não foi fechado porque o aumento não corresponde às reivindicações dos grevistas.
"Uma lei determina a exigência de ensino superior para exercer a atividade, mas continuamos recebendo salário de ensino médio. O que queremos é a reestruturação da carreira", argumentou Vieira. Ele afirma que estão mantendo cerca de 30% dos cerca de 200 policiais do Estado trabalhando para garantir a prestação de serviços à população.
Os grevistas estarão reunidos em Brasília durante a semana para definir novos rumos do movimento já que uma liminar do STJ impôs limites à greve dos policiais federais. De acordo com a liminar, portos e aeroportos devem manter 100% de suas atividades de plantão, pela essencialidade do controle de imigração e emigração, bem como para o atendimento das demandas da Justiça Eleitoral no primeiro e segundo turno das eleições.
A liminar do STJ também determina a manutenção de 70% do serviço nas atividades da Polícia Judiciária, de inteligência e em unidades de fronteira; 50% nas funções de Polícia Administrativa; e 30% nas tarefas residuais. Caso os percentuais mínimos não sejam cumpridos, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) está sujeita a multa diária de R$ 100 mil. "Vamos definir durante a semana se as determinações serão acatadas ou se vamos entrar com algum tipo de recurso", disse Vieira. Para chamar a atenção da sociedade, os policias de Mato Grosso distribuirão cestas básicas para uma instituição social. A distribuição ocorre na quinta ou sexta desta semana.