Os motivos que levaram a Justiça do Uruguai a suspender a remoção de João Arcanjo Ribeiro, acusado de chefiar o crime organizado em Mato Grosso, ainda não são conhecidos. Sabe-se apenas que existe um recurso interposto pelo advogado do mafioso. O Ministério das Relações Exteriores informou, através de assessores, que está sendo solicitada informações à Justiça uruguaia acerca do recurso. Policiais federais que foram a Montevidéu para fazer a extradição já retornaram ao Brasil, segundo informou a assessoria da PF em Brasília.
A decisão da Suprema Corte do Uruguai quanto ao pedido de extradição feito pelo Governo brasileiro previa a condicionante de que a remoção só seria possível mediante a anulação das condenações do mafioso no Brasil. Arcanjo é processado por diversos crimes, entre os quais falsidade ideológica, contrabando, porte ilegal de arma e fraude contra o sistema financeiro. O mafioso acumula até agora 37 anos de prisão, em processos julgados pela Justiça Federal de Mato Grosso.
O temor do Governo brasileiro – que fez com que se acelerasse a remoção de Arcanjo para o Brasil – acabou se confirmando. Havia uma preocupação especialmente no que diz respeito a recursos que pudessem protelar a remoção. Existe um prazo definido para que o mafioso seja retirado daquele país. A Embaixada brasileira no Uruguai vai tentar “frear” o prazo enquanto se discute o recurso.