As negociações com o governo estadual estão bem adiantadas e vários pontos da pauta de reivindicações já foram negociados. A avaliação é do presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos da Saúde e do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma), Oscarlino Alves de Arruda Júnior, quando questionado sobre a possibilidade da categoria entrar em greve. “A gente precisa, agora, estabelecer um cronograma com o governo sobre o que foi discutido. Estamos com as conversas bem encaminhadas com as secretarias de Gestão e Casa Civil. Porém, esta é a avaliação do sindicato. Quem vai decidir realmente se entra em greve, ou não, é a categoria, em assembleia. Já está decidido (pela paralisação), mas esta será a última oportunidade para o trabalhador definir o que vai acontecer, antes do prazo findar”, adiantou, ao Só Notícias.
Segundo Oscarlino, o governo já sinalizou, por exemplo, que deve abrir concurso na área da Saúde e firmou compromisso de aumentar, a partir do dia 21 de julho, o valor das diárias de viagens dos servidores, duas das principais reivindicações da categoria. “Está na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem. Não é o total de vagas que a gente esperava, mas é um avanço. No caso das diárias, o governo pagava anteriormente cerca de R$ 110 para profissionais com nível médio e R$ 130 para aqueles com formação superior. Agora, passará a ser R$ 180 para todos. Esta foi, inclusive, uma das bandeiras levantadas por nós, da Saúde, dentro do Fórum Sindical (grupo que reúne os principais sindicatos do Estado). Estava defasado desde 2008”, afirmou.
O sindicato também tem cobrado a implementação da aposentadoria especial para os servidores da Saúde e ainda espera sensibilizar o governo para melhorar a estrutura das unidades estaduais. “Hoje o trabalhador aposenta de forma normal, mas laboramos em condições insalubres, então, este é um dos tópicos. A administração estadual também está empenhada em um cronograma para reestruturar e reformar as unidades. Então, temos melhorias no fator humano e investimentos. Isso, consequentemente, vai afunilar na melhoria da assistência ao usuário”, avaliou.
Por outro lado, o sindicato deve deixar em segundo plano a cobrança, antes veemente, para retirada das Organizações Sociais de Saúde (OSS) do Estado. “Não estamos mais discutindo. Cabe ao Estado propor o modelo de gestão que achar mais conveniente. Já foi provado que o modelo de OSS não funciona. Tanto que, dos sete hospitais administrados inicialmente, hoje, somente dois estão com este tipo de gestão. A gente também entende que muitos profissionais contratados neste modelo recebem bons salários, então o governo fica refém da situação. Mas acredito que é questão de tempo até estas organizações saírem”.
Representantes do Sisma decidiram, em assembleia dia 26 de junho, paralisar as atividades a partir de amanhã caso não houvesse resposta do governo. Antes da decisão, diretores do sindicato percorreram diversas cidades de Mato Grosso para conversar com os filiados. São mais de 4,3 mil trabalhadores. Só em hospitais, mais de mil.
As assembleias são realizadas, esta manhã, em Cuiabá e cidades do interior.