O governo federal autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam liberadas pelo movimento. O anúncio foi feito há pouco pelo presidente Michel Temer, em pronunciamento no Palácio do Planalto. A decisão foi tomada após reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que contou com a participação de ministros e do presidente.
"Quero anunciar um plano de segurança imeadiato para acionar as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos governadores que façam o mesmo. Não vamos permitir que a população fique sem os gêneros de primeira necessidade, que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas e crianças fiquem sem escolas. Quem bloqueia estradas de maneira radical será responsabilizado. O governo tem, como tem sempre, a coragem de dialogar; agora terá coragem de usar sua autoridade em defesa do povo brasileiro." Em seu pronunciamento, Temer disse que uma "minoria radical" está impedindo que muitos caminhoneiros cumpram o acordo e voltem a transportar mercadorias. O presidente enfatizou que o governo atendeu às principais demandas da categoria. "O acordo está assinado e cumpri-lo é naturalmente a melhor alternativa. O governo espera e confia que cada caminhoneiro cumpra seu papel."
O ministro Eliseu Padilha disse, também nesta sexta-feira, que o governo confia no cumprimento do acordo firmado ontem com as lideranças do movimento e disse que a decisão de suspender a paralisação não foi unânime. Das 11 entidades do setor de transporte, em sua maioria caminhoneiros, que participaram do encontro, duas delas, a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa 700 mil trabalhadores, recusaram a proposta.
Hoje a associação divulgou nota na qual afirma que, ao contrário de outras entidades, "que se dizem representantes da categoria, a Abcam, não trairá os caminhoneiros". "Continuaremos firmes com pedido inicial: isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o diesel, publicada no Diário Oficial da União", diz o texto.
Conforme Só Notícias já informou , um representante dos caminhoneiros de Mato Grosso acompanha, em Brasília, as negociações com o governo e explicou que o manifesto continua porque dois dos principais itens na pauta de reivindicação – reduções nos preços dos combustíveis com isenção PIS/Confins e aprovação do projeto de política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas para promover condições razoáveis aos fretes em todo o território nacional, mediante tabela elaborada semestralmente pelo órgão competente com valores por quilômetro rodado por eixo carregado e conforme a carga – ainda não foram atendidos no conjunto de medidas anunciadas, ontem à noite, pelo governo federal que alegou 'acordo' para acabar com o movimento.
Em Mato Grosso, segundo a Polícia Rodoviária Federal, estão mantidos bloqueios em 26 trechos de rodovias federais em Mato Grosso: Sinop (km 821 região do Alto do Glória, Sorriso (km 746 e 750), Guarantã do Norte (km 1065), Lucas do Rio Verde (BR-163 km 691 e BR-070 km 686), Nova Mutum (km 593), Ponte e Lacerda (km 288), Campos de Júlio (km 1191), Sapezal (km 1120), Comodoro (km 488), Barra do Garças (km 5 e 8), Água Boa (km 564), Campo Novo do Parecis (km 878), Confresa (km 130), Cuiabá (km 504 e 398), Rondonópolis (km 200 e 119), Diamantino (km 613), Primavera do Leste (km 276 e 282), Jaciara (BR-364 km 269) e Campo Verde (km 376 e 383).
Em instantes mais detalhes