O Governo do Pará publicou hoje um decreto declarando estado de emergência zoossanitária como medida de prevenção e controle da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves silvestres, marinhas e domésticas. Segundo o governo, o objetivo é proteger o plantel do Estado, que hoje tem a maior produção avícola do Norte do País e a segunda maior atividade agropecuária do Pará, e impedir a entrada e disseminação do vírus nas criações de aves de subsistência e na avicultura industrial, evitando restrições comerciais que impactem a cadeia produtiva.
A gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Adepará, a fiscal agropecuária Lettiere Lima, considera o decreto essencial para o trabalho desenvolvido pela Agência. “É de suma importância para as ações que nós já desenvolvemos e que são medidas essenciais para prevenir a Influenza Aviária, como o reforço das ações de vigilância – que são a coleta de material biológico das aves para exames e a notificação de casos suspeitos”, disse.
Ela explica que ele não muda o status sanitário do Pará para a Influenza Aviária. “Nós somos considerados livres de influenza aviária de alta patogenicidade porque no território brasileiro a doença não atingiu o plantel avícola industrial, apenas as aves silvestres e de subsistência”, ressalta.
A veterinária explica ainda que o decreto dá a possibilidade de realizar, de forma mais eficiente, o combate ao vírus com a intensificação das ações do Programa Estadual de Sanidade Avícola nos municípios próximos aos sítios migratórios das aves localizados em Vigia, São Caetano de Odivelas e Curuçá, Salinópolis e em Breves e São Sebastião da Boa Vista, no Arquipélago do Marajó.
O Brasil possui o terceiro maior plantel avícola do mundo e é o maior exportador de carne de frango, comercializando o produto para mais de 150 países. O governo do Pará informou que protege o seu plantel avícola por meio das ações da Adepará, que incluem procedimentos de vigilância, implementação e fortalecimento da biosseguridade nos aviário.
No início do ano, segundo o governo, a Agência de Defesa realizou treinamento de fiscais agropecuários e médicos veterinários para atender os casos suspeitos da doença, caso ocorram. Na semana passada, em Marabá, mais uma capacitação foi realizada, desta vez com a participação de 50 fiscais e agentes agropecuários de seis Regionais da Agência no sudeste paraense, que foram habilitadas no Programa Estadual de Sanidade Avícola.
A gerente de Defesa Animal, Graziela Oliveira, informa que o Pará não tem registro de focos da gripe aviária e que o corpo técnico do Serviço Veterinário Oficial está qualificado para realizar as emergências sanitárias que ocorrerem. “Não temos focos no estado, o decreto do governo segue a recomendação do Ministro da Agricultura e Pecuária para ampliar a preparação para uma eventual emergência”, explicou.
O decreto tem duração de 180 dias e nesse período a ADEPARÁ editará as normas complementares ao seu cumprimento, que abrangerão as ações conjuntas com diversos órgãos. Para o Diretor Geral da ADEPARá, Jamir Macedo, a medida além de importante visa a prevenção.
“Com a declaração de emergência, todas as ações voltadas para o combate e o controle da Influenza Aviária serão executadas, tanto pela ADEPARÁ, quanto pelos demais órgãos ambientais, quanto pelos órgãos de saúde e outras entidades relacionadas ao setor. Vale ressaltar que a Agência de Defesa já realiza ações de vigilância em propriedades de subsistência e em granjas comerciais, faz o monitoramento destes sítios de aves migratórias através da inspeção das aves e coleta de amostras. Todas essas ações visam impedir que a doença entre no Estado e, caso haja o ingresso, que a gente possa agir de maneira rápida e eficaz, causando o menor transtorno possível”, ressaltou.