O Governo do Estado assinou o termo de cooperação técnica com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso para parceria no aplicativo “Xô Aedes”. A ferramenta gratuita permitirá aos cidadãos que enviem imagens e locais identificados com focos do vetor aos gestores municipais, responsáveis pelas ações de fiscalização e controle. Assinaram o secretário da Casa Civil, Paulo Taques, e o presidente da Assembleia, deputado Guilherme Maluf. Como testemunhas, participaram também o secretário nacional da Defesa Civil, general Adriano Pereira Júnior e o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga.
Disponível no sistema Android, o “Xô Aedes” já pode ser baixado pelos usuários. Representando o Executivo, Paulo Taques, afirmou que toda a estrutura do Governo está à disposição da Assembleia Legislativa para que o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti seja feito de forma resolutiva e com a união de todos. Ainda lembrou do investimento feito pela atual gestão que, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, já efetivou o repasse de um recurso adicional de R$ 20 milhões a todos os 141 municípios mato-grossenses, além da bonificação salarial para os agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias.
A secretária adjunta de Políticas, Atenção a Saúde e Regionalização da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Maria Salete Ribeiro, avaliou positivamente a disponibilização do aplicativo. “É evidente que as tecnologias vão nos apoiar muito nesse momento que estamos vivenciando de combate ao mosquito e é importantíssima a adesão dos municípios, uma vez que é nos municípios que as ações são desenvolvidas”.
De acordo com o superintendente estadual da Defesa Civil, tenente-coronel Abadio José da Cunha Júnior, os dados fornecidos pela população serão monitorados pela Sala Estadual de Comando e Controle do Governo. As imagens recebidas serão repassadas diretamente aos municípios que ainda não aderiram ao aplicativo. O objetivo é que locais denunciados sejam vistoriados e limpos pelos agentes de endemias e saúde. “A ideia é que as prefeituras façam a adesão do aplicativo para que recebam com maior agilidade essas imagens e denúncias. Porém, já iremos disponibilizar agentes capacitados para captar e filtrar os flagras enviados pela população. As prefeituras serão notificadas via Sala Estadual para que tomem as devidas providências”.
Monitoramento
Instalada em dezembro de 2015, a Sala Estadual de Comando e Controle é presidida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e coordenada pela Defesa Civil. O local concentra os dados enviados pelas secretarias municipais relacionados às visitas aos domicílios, número de casos e suspeitas das doenças. Além da Defesa Civil e SES, compõem a sala as secretarias de Estado de Assistência Social e Trabalho (Setas), Casa Civil, Educação (Seduc) e Segurança Pública (Sesp).
Dados epidemiológicos
Um total de 16.319 casos de dengue já foram notificados esse ano em Mato Grosso, um aumento de 216% em relação ao mesmo período de 2015 quando 5.150 casos foram registrados. Ao todo, 81 municípios apresentam alta incidência para a doença, com índice superior a 300 casos por 100 mil habitantes. Ainda foram registrados cinco óbitos, sendo um confirmado no município de Juína. Os demais estão sob investigação.
Em relação à febre chikungunya 14 casos já tiveram confirmação laboratorial da doença. Ao todo foram registrados 704 casos suspeitos no estado. Dois municípios apresentam alto risco para a transmissão da doença, Campo Novo do Pareci e Acorizal.
O aumento no número de notificações também é identificado nos casos de zika vírus. Até meados do mês de março, 16.319 casos suspeitos foram notificados por 118 municípios mato-grossenses. Deste total, 188 casos foram confirmados laboratorialmente. Em 2015 o número de notificações foi de 9.092 casos suspeitos.