A estrutura própria de Unidade de Terapia Intensiva Aérea em Mato Grosso passou a funcionar, ontem. Caberá agora à Central de Regulação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) solicitar ao Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o avião turbo-hélice Chayenne para buscar o paciente e levar ao local devidamente regulado.
A atividade de transporte aeromédico foi instituída por meio do Termo de Cooperação Técnica, firmado entre as duas pastas, visando economia aos cofres públicos, já que antes, todo o serviço era locado. De acordo com a secretaria Adjunta de Regulação, Controle e Avaliação, a Secretaria de Estado de Saúde gasta uma média de R$ 1,5 milhões por mês – R$ 18 milhões ao ano – com a contratação do serviço de UTI Aérea e realiza aproximadamente 70 voos mensais.
Atualmente, o Estado paga R$ 21,65 por quilômetro voado e contrata, em média, 70 mil quilômetros por mês. Desses 70 voos realizados por mês, a SES estima que de 20 a 23 sejam substituídos pela aeronave do Estado. Com o incremento, o Governo prevê uma economia inicial de R$ 5 milhões ao ano, com transporte de paciente em situação de emergência.
Para a viabilização do serviço, foram superadas as fases de estudos e elaboração de projeto, aprovação, liberação de recursos por meio de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) apoiado pelo Ministério Público Estadual (MPE), aquisição, importação e nacionalização da aeronave. Na sequência, foi finalizado o processo de transferência, contratação de seguro e manutenção/revisão da aeronave recém-adquirida.
Os profissionais que atuarão no serviço foram capacitados em um curso de transporte aeromédico, realizado este ano por uma comissão. Ato todo, participaram 25 profissionais, entre médicos, enfermeiros e bombeiros militares que integrarão a equipe, além dos pilotos de avião do Ciopaer, para operarem a aeronave turbo-hélice Chyenne.
Esta comissão também foi responsável pela elaboração e formalização de todo arcabouço técnico operacional, como Procedimento Operacional Padrão (POP), entre outros. Todos os equipamentos médicos que estarão a bordo da aeronave foram adquiridos, instalados e testados.
Segundo o coordenador do Ciopaer, coronel PM Juliano Chiroli, foi estabelecido um canal direto de comunicação entre a Central de Regulação da SES e o órgão de segurança, para atendimento diário das demandas relacionadas ao transporte aeromédico.
“Desta forma, temos um sistema ágil e desburocratizado. Também é importante ressaltar que fizemos voos testes e de ajuste de trabalho de equipe entre médicos, enfermeiros e pilotos, garantindo segurança e padronização na operação”.
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, salienta que o trabalho conjunto entre as secretarias é fundamental para desafogar uma rede de urgência que existe em Mato Grosso focada na remoção de pacientes, principalmente aqueles que vêm do interior.
“O que o Governo está fazendo é ampliar essa capacidade de atendimento e, ao mesmo tempo, buscar reduzir os custos que existem na área de transporte aéreo, podendo assim investir mais na saúde, dando resolutividade e assistência a todo o Estado”, avalia.