O governo do Estado apresentou, ontem, o relatório final elaborado pela auditoria independente KPMG sobre as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). O contrato do modal está suspenso pela Justiça Federal a pedido do Estado e Ministérios Públicos Estadual e Federal, devido a indícios de irregularidades na entrega das obras, como prazos e qualidade, além dos valores pagos ao consórcio responsável pelo modal.
Apesar da judicialização do contrato, o governo do Estado tem tentado uma conciliação com o Consórcio VLT, responsável pela obra, a fim de dar continuidade à construção do modal o mais breve possível.
“As negociações estão em andamento. Ao longo dos próximos 60 dias queremos resolver todas as diferenças com o Consórcio e chegar a um acordo no âmbito da Justiça Federal. Caso isso não ocorra, vamos aguardar a decisão da justiça e trabalharemos as possibilidades de seguir em frente, com ou sem o consórcio. Queremos que eles continuem, mas com responsabilidade”, disse o secretário do Gabinete de Assuntos Estratégicos, Gustavo de Oliveira.
Segundo Oliveira, independente da solução judicial, o VLT será construído em sua totalidade. Composto por duas linhas (Aeroporto – CPA e Coxipó – Porto), com total de 22 quilômetros, o primeiro trecho a ser concluído será do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, até o bairro do Porto, em Cuiabá.
“O estudo feito pela KPMG foi importante para nos dar um vislumbre do futuro. Não é economicamente viável abrir mão do modal ou qualquer uma das duas linhas. Se deixássemos de construir uma delas, o impacto econômico seria muito grande e o aporte do Governo para a manutenção teria que ser ainda maior”, explicou o secretário.
De acordo com o relatório, o Estado deve arcar com R$ 37,5 milhões anuais para subsidiar a operação do VLT. A auditoria mostrou ainda que uma Parceria Público Privada (PPP) seria a melhor alternativa para a operação do modal, já que o sistema de transporte não é autossuficiente.
“O primeiro trecho do VLT [Aeroporto – Porto] está fisicamente mais avançado. Já tem os trilhos instalados e uma das estações pronta. Colocar este trecho em teste operacional possibilitará que a população conheça melhor e, além disso, permite ao Estado começar a negociar com empresas uma Parceria Público-Privada, que será essencial para nos ajudar com os aportes para funcionamento do VLT”, explicou o secretário.
Para que o VLT funcione, será necessária a contratação de 537 funcionários pela empresa que administrar o transporte, além dos gastos com energia, serviços terceirizados, manutenção, serviços e mão de obra administrativo e margem de lucro de 7%. A KPMG concluiu que o primeiro ano de operação, levando por base os preços de 2015, custariam R$ 84.746.939,00.