Até julho deste ano Fernando Ishikawa morava na cidade de São Paulo. Um mês depois teve que se mudar para Cuiabá, após ser aprovado no concurso para juiz no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT). Ele e outros 25 novos juízes, a maioria de outros estados e que assim como Fernando não conheciam a localização das principais entidades administrativas de Mato Grosso, estiveram, hoje, no Palácio Paiaguás, em visita ao governador Pedro Taques.
Na passagem pela sede administrativa do Governo do Estado, os novos integrantes do Judiciário, acompanhados do presidente do TJ-MT, desembargador Paulo da Cunha, conheceram as potencialidades econômicas, turísticas e gastronômicas de Mato Grosso. Em seguida, o grupo ouviu dos secretários de Estado de Educação, Planejamento, Casa Civil e Justiça e Direitos Humanos a atual situação orçamentária e administrativa do Estado.
A visita dos 26 novos juízes ao Palácio Paiaguás foi classificada pelo governador Pedro Taques como um passo importante para estreitar as relações entre Judiciário e Executivo. “Para nós é uma honra recebê-los aqui e mostrar que Mato Grosso é um estado que tem futuro e que já dá certo e dará cada dia mais”. Como prova de que Mato Grosso tem um bom cenário econômico e de que o Executivo estadual, diferente da maioria dos estados brasileiros e do Governo Federal, não encerrará 2015 com as contas negativas, o governador Pedro Taques ressaltou que o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso chegará próximo a R$ 90 bilhões em 2015. “Esses dados nos orgulham e mostram que mesmo com a crise o Estado terá incremento de 3% no PIB, diferente do cenário econômico brasileiro, cuja queda prevista será de 3%”.
A judicialização da Saúde [decisões judiciais obrigando o poder público a fornecer medicamentos, equipamentos e cirurgias] foi um dos principais temas abordados durante a visita. O desembargador e presidente do TJ/MT tomou conhecimento da redução que o Governo do Estado promoveu no número de liminares para procedimentos médicos. Em 2014 o Estado foi condenado pelo Judiciário a pagar gastos de R$ 100 milhões em atendimentos médicos. Este ano a previsão é que esse número caia para R$ 30 milhões. “Todos nós sabemos que há abusos nos casos de judicialização da saúde e nós temos que ficar atentos porque é dinheiro público sendo desperdiçado”, reforçou Paulo da Cunha.
Para Fernando Ishikawa foi oportuna a visita do grupo de juristas às autoridades e poderes constituídos. Na visão dele, isso será útil ao desempenharem suas funções nas comarcas, principalmente porque ajudará a fundamentar as futuras decisões judiciais envolvendo órgãos estaduais ou informações de cunho estadual. Os novos juízes permanecerão em Cuiabá até dezembro, quando serão remanejados para as comarcas do interior. Antes desse período eles auxiliarão no fluxo de processos do TJ-MT, na capital.