Fraudes em boletos causam transtornos e prejuízos aos cidadãos. A ação acontece com pessoas que utilizam a internet como ferramenta para pagamentos e geração de faturas. O crime é realizado com a modificação do código de barras, seus números, assim como é alterada a conta bancária que receberá o valor do pagamento. Ao contrário de agilizar e facilitar, está prática tem dado muita dor de cabeça e lesado o bolso da população.
Em Cuiabá, no Conselho Regional de Contabilidade-CRC, três casos fraudulentos foram registrados, e de acordo com a presidente, Silvia Cavalcante o desgaste e os problemas gerados são grandes. “Só descobrimos porque cobramos um associado. Ele afirmou já ter pago há algum tempo e mostrou os comprovantes de pagamento. Após minuciosa análise dos documentos percebemos que os números do código de barras estavam trocados. O pagamento não foi efetivado para a devida instituição e por isso estava em aberto. Isto causou muito desconforto e a pessoa precisou pagar novamente os valores.
Silvia diz que estes casos estão acontecendo a aproximadamente um mês e seriam causados por um vírus. Ela salienta que é preciso ter atenção na hora de fazer o pagamento. “Ao pagar o boleto emitido pelo CRC-MT os contabilistas precisam estar atentos às informações, já que o número do código de barras sempre inicia com 001 e o crédito é feito no Banco do Brasil”.
Marcus Vinicius da Silva Wagner,mestre em Informática e Nielsen Alves de Oliveira, especialista em Segurança de Redes de Computadores explicam como funciona a ação:“Quando um boleto é gerado na internet no formato HTML (página da internet) o mesmo fica suscetível a alterações. Os fraudadores alteram os números do código de barra alterando assim a conta bancária que receberá o valor do pagamento.”
Eles ainda afirmam, que tecnicamente esta alteração pode acontecer em vários momentos: primeiro no servidor/computador que gera o boleto; segundo na interceptação do boleto quando está sendo transmitido pela rede e terceiro no computador do cliente que pagará a fatura. A última opção é largamente a mais utilizada, com a instalação de um malware (software malicioso), que pode ser caracterizado como vírus, worm, trojan, spyware, etc. no computador do usuário que detectará quando um boleto é aberto no navegador e imediatamente altera os números do código de barra redirecionando o recebimento do dinheiro para a conta bancária informada pelos infratores.”
Para que o usuário fique mais seguro os especialistas, também indicam aos desenvolvedores de software.“Sugerimos que o boleto seja gerado diretamente em arquivos do tipo .PDF, o que não permitirá alterações, bem como utilizar protocolo de transmissão seguro (HTTPS) que evitará a interceptação do boleto na transmissão”.