A Comissão de Segurança Pública e Comunitária da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Coronel Pery Taborelli, realizou reunião extraordinária, solicitada pelo deputado José Carlos do Pátio. O objetivo foi debater a forma de gestão da segurança pública em Mato Grosso. Pátio afirma que mesmo com a divulgação de dados pelas polícias com a redução da criminalidade em 2015, “alguns lugares não têm essa sensação de segurança e a forma de divisão do efetivo entre os municípios não foi considerada justa, entre os quais Rondonópolis", justificou Pátio.
Pátio apresentou dados que demonstram que as quatro maiores cidades do estado (Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop) concentram a maior criminalidade, liderando o ranking os homicídios (47,57%), roubos (74,90%) e furtos (45,57%). Em comparação a 2014, o estado diminuiu o número de homicídios de 619 para 555 em 2015, aumentou o número de roubos de 9.975 para 11.376 e diminuiu o número de furtos de 22.102 para 20.596. “Temos que reconhecer que os números mostram avanços, mas quanto ao efetivo enviado aos municípios deixou a desejar”, reiterou Pátio.
Outras informações apresentadas são quanto á lista dos municípios em relação aos homicídios praticados de janeiro a junho de 2015, em proporção ao número de habitantes e por polo regional. Estes dados revelam que a cidade mais violenta proporcionalmente é Várzea Grande, com 70 assassinatos; depois Rondonópolis (52), Sinop (28), Barra do Graças (12), Cuiabá (114), Primavera do Leste (10), Cáceres (13) e Tangará da Serra (7). Ou seja, os dados concluem que 64,9% dos homicídios são praticados nos municípios-polos do estado, assim como 85,7% dos roubos e 66,1% dos furtos.
Neste mesmo período, a região polo de Cuiabá, integrada por 15 municípios, registrou 555 assassinatos, 11.376 roubos e 20.596 furtos. Em relação ao estado, o polo Cuiabá registrou 21,6% dos assassinatos, 39,5% de roubos e 28.99% dos furtos. Entretanto, houve redução de crimes, sendo homicídios em Cuiabá e Chapada dos Guimarães; de roubos em Barão de Melgaço e Santo Antônio de Leverger, e de furtos em Barão de Melgaço e Santo Antônio de Leverger. E houve aumento de crimes, sendo de homicídios em Santo Antônio de Leverger; de roubos em Chapada dos Guimarães e Cuiabá, e de furtos em Santo Antônio de Leveger e Acorizal.
O presidente da comissão, deputado Coronel Taborelli, disse que mesmo apresentando números na redução de crimes, o setor precisa de uma melhor política de segurança pública e que os profissionais do setor não trabalham mais por falta de instrumentalização e aparato profissional. “Falta saúde médica e hospitalar, falta assessoria jurídica e melhoria salarial", disse. Já Wilson Santos defendeu a implantação da “meritocracia”, ou seja, que profissionais da segurança tenham ganhos baseados na resolução e à medida que solucionem casos.
O deputado Eduardo Botelho demonstrou preocupação com o problema que para ele é a “ressonância” dos crimes: as bocas ou pontos de venda de drogas. “Todo mundo que mora numa comunidade sabe onde tem bocas e quem é quem, quem pratica crimes. Se o povo sabe a polícia também sabe. Então porque não se fecham os pontos?", questionou. O comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, respondeu que em 2015 foram fechadas 444 bocas, cerca de 400% a mais que em 2014.
A reunião contou ainda com as participações do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Júlio Cesar Rodrigues, e do delegado-geral da Polícia Judiciária Civil, Adriano Peralta Moraes, além de diversos profissionais da PM.