A Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), da Polícia Judiciária Civil, auxiliará as delegacias de polícia no Estado nas investigações que apuram pretensos delitos decorrentes do desafio virtual, denominado “Baleia Azul” e ficará encarregada pela elaboração de relatórios técnicos que possam auxiliar na identificação da autoria da pessoa, que está por trás do jogo, monitorando os desafios, e também das representações cautelares, visando à quebra de sigilo telemático e afins.
Uma força-tarefa, entre as células de inteligência de todas as forças de segurança, foi criada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), para troca de informações entre os núcleos de inteligência. Espera-se que o conhecimento produzido pelas respectivas corporações possa levar ao esclarecimento dos episódios sob investigação policial e também prevenir novas ocorrências dessa natureza.
Conforme noticiado na imprensa, curadores do jogo estão se utilizando da rede mundial de computadores para influenciar adolescentes e crianças ao cometimento de suicídio, sendo certo que as vítimas seriam escolhidas a partir de seus perfis mais frágeis à pressão psicológica realizada pelos curadores durante os desafios realizados, os quais podem levá-la à morte.
O delegado coordenador da Gecat, Eduardo Augusto de Paula Botelho, explicou que a conduta do curador do desafio do jogo está sujeita punição prevista no artigo 122 do Código Penal, caso o jogador cumpra o desafio final com êxito ou se da tentativa de suicídio resulte lesão corporal de natureza grave.
O curador do jogo é a pessoa que conduz a vítima durante as tarefas que deverão ser realizadas. Ele presta auxílio ao participante a cometer o suicídio.
O delegado esclarece ainda que se a vítima desistir e efetivamente sofrer ameaças, o autor destas comete o crime previsto no artigo 147, também do Código Penal, que estabelece: “Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave”, cuja pena é de detenção de um a seis meses ou multa.
"Qualquer pessoa interessada em repassar informações à Polícia Judiciária Civil acerca dos eventos investigados poderá procurar pessoalmente a Gerência, localizada prédio da Diretoria de Polícia Judiciária Civil, na Avenida Coronel Escolástico, 346, bairro Bandeirantes, Cuiabá, ou poderá entrar em contato pelo telefone (65) 3613-5625", informa a assessoria.
O único caso de morte, relacionada ao jogo virtual, Baleia Azul, confirmado até o momento pela Polícia Judiciária Civil, se refere ao suicídio de uma adolescente em Vila Rica (1.259 km a Nordeste). Um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte da jovem Maria de Fátima da Silva Oliveira, 16 anos, encontrada sem vida em uma represa do bairro Inconfidentes, no dia 11 de abril. As investigações buscam elucidar existência do crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, por meio de um jogo virtual de desafios aos participantes, conhecido como Baleia Azul. O delegado do município, Gutemberg de Lucena Almeida, informou que os trabalhos se concentram na identificação do curador do jogo que a menor participava em um grupo na rede social.
Em Tapurah ( Médio-Norte), a Polícia Civil apura um caso suspeito de estar ligado ao jogo virtual. Na última quarta-feira (19), a mãe de uma criança de 10 anos foi orientada pelo Conselho Tutelar a procurar a Polícia para comunicar que a filha de 10 anos estava com os braços lesionado, nervosa e desorientada. A mãe também relatou que fez buscas no celular e constatou que a menina tinha apagado as mensagens de conversas no aplicativo WhatsApp.
O delegado da Polícia Civil da cidade, Walter de Melo Fonseca Junior, informou que foi instaurado inquérito policial para apurar possível instigação ao suicídio. O celular da menor será encaminhado para Gecat, a fim de extrair imagens e conversas. A menina também foi levada para exame de corpo delito e encaminhada ao Centro de Referência e Assistência Social (Cras) para apoio psicológico. “É o único caso com suspeita”, afirmou o delegado.
As orientações da Polícia Civil são voltadas aos pais, que devem estar atentos aos filhos enquanto estão nas redes sociais. Os responsáveis precisam monitorar o que os filhos fazem e saber com quem falam, principalmente, na madrugada. Caso percebam alguma mudança no comportamento dos filhos, procurem ajuda psicológica. “Orientar, conversar são as melhores formas de educar. Há muitas coisas circulando na internet e algumas brincadeiras danosas”, disse o delegado de Vila Rica, Gutemberg de Lucena Almeida.
A informação é da assessoria.