As equipes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), Polícia Civil e PM prenderam todos as 11 investigadas na operação Convescote, em Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres, por desvios de dinheiro público em convênios celebrados entre a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (FAESP) e instituições públicas como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Assembleia Legislativa, prefeitura de Rondonópolis e secretaria de Estado de Infraestrutura, que superam R$ 70 milhões. De acordo com o Gaeco, o esquema funcionava da seguinte maneira: instituições públicas firmavam convênios com a FAESP para prestação de serviços de apoio administrativo. A fundação, por sua vez, contratava empresas de fachadas para terceirização dos serviços. Ao final, os recursos obtidos eram divididos entre os envolvidos, sendo que o responsável pela empresa normalmente ficava com uma pequena porcentagem do montante recebido e o restante era dividido entre funcionários da fundação e servidores do TCE".
Até o momento, conforme o GAECO, já foram identificadas oito empresas irregulares que participaram do esquema. Também foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 4 de condução coercitiva. É investigado também indicativos da prática de peculato, lavagem de capitais e corrupção ativa
Entre os presos está a esposa do ex-vereador em Cuiabá Paulinho Brother, Karinny Emanuelle Campos Muzzi de Oliveira. Ela é servidora pública do Tribunal de Contas do Estado e Paulinho foi preso por posse ilegal de arma. Na operação também foi preso o oficial de Justiça, Eder Gomes, presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores de Mato Grosso. Também está sendo investigado o ex-secretário de Administração de Várzea Grande, Marcos José da Silva. A assessoria do Ministério Público informou que foram presos também Claúdio Roberto Borges, Marcos Moreno Miranda, Luiz Benvenuti Castelo Branco de Oliveira, José Carias da Silva Neto, João Paulo Silva Queiroz, Jose Antonio Pita Sassioto, Hallan Gonçalves de Freitas e Jocilene Rodrigues de Assunção.
As ordens de prisões e buscas foram expedidas pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
A palavra Convescote significa pique-nique, em alusão à "festa" feita com dinheiro público. Estão sendo cumpridos também 16 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de condução coercitiva.
Outro lado
Em nota encaminhada ao Só Notícias, o Tribunal de Contas de Mato Grosso "esclarece que a Operação Convescote, deflagada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado – Gaeco – , não guarda relação com a gestão da instituição, pois, conforme já divulgado, trata-se de apuração de convênio celebrado entre a Faespe e outro ente público. Antecipa que não fará prejulgamento em relação ao envolvimento de servidores na investigação em curso, porquanto entende como natural e próprio da democracia a apuração de denúncias por parte dos órgãos de controle e da esfera judicial. Observa, por outro lado, que a instituição Tribunal de Contas está acima de qualquer eventual desvio de conduta praticado por seus membros ou seus servidores, devendo, cada um, responder por seus atos".
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa esclareceu, em nota, que "a sede do Parlamento estadual não foi alvo de mandado de busca e apreensão da operação mencionada; não foram cumpridos mandados de prisão contra servidores do Poder Legislativo durante a operação; a Mesa Diretora se coloca à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos; Na atual gestão, que se iniciou em 02 de fevereiro de 2017, não foi investido nenhum recurso dentro do convênio" e "todas as informações relacionadas ao convênio estão disponibilizadas no site da Assembleia Legislativa, através do seu Portal Transparência, conforme prevê a lei do acesso.
(Atualizada às 18:50h)