A Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, responsável pelo gerenciamento do Hospital Regional, negou, por meio de nota, a existência de casos de germes multirresistentes (superbactéria) na unidade. “Informamos que de acordo com Parecer Técnico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Regional de Sinop, assinado pelo médico infectologista Ricardo Franco Pereira, emitido em 9 de junho, consta que nunca foi positivado nenhum caso de germes multirresistentes (superbactéria) no Hospital Regional de Sinop”.
Já em relação aos óbitos de recém-nascidos, a direção da Organização Social de Saúde (OSS) afirma que do dia 1ª de janeiro a 14 de maio ocorreram 16 mortes de bebês. Neste período, uma empresa terceirizada estava contratada para prestação de serviços na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Pediátrica. Já com a retomada das atividades por parte da fundação, de 15 de maio a 8 deste mês, ocorreram dois óbitos de recém-nascidos.
“O relatório destaca que de acordo com os dados existentes nos prontuários dos pacientes, dos 16 óbitos ocorridos na época da empresa terceirizada, sete foram de pacientes oriundos de outros municípios que chegaram na unidade com passagem por outros serviços de menor complexidade. Também no relatório consta que os dois óbitos ocorridos durante a gestão da fundação são de pacientes oriundos de outros municípios, sendo um deles de Nova Mutum com história de ausência de batimento cardíaco durante o trabalho de parto e deslocamento prematuro de placenta, evoluiu para parto cesárea de urgência e nascimento em parada cardíaca e aspiração de mecônio, sendo reanimado durante 15 minutos no município de origem, apresentou duas novas paradas cardíacas com reanimação antes de chegar a UTIP do Hospital Regional de Sinop. Evoluiu com insuficiência renal e necessidade de diálise peritoneal, com novas paradas cardiorrespiratórias de instabilidade hemodinâmica, chegando ao óbito em 20 de maio às 10h20 com diagnóstico de Asfixia Grave”, aponta a nota.
Já o segundo óbito, segundo o documento da empresa, foi de uma criança de 12 anos encaminhado do município de Brasnorte, transportado com UTI aérea e diagnóstico do município de origem com dengue hemorrágica, infecção pulmonar por H1N1 ou hantavirose. “Apresentando instabilidade hemodinâmica já no transporte, admitido na UTI em estado gravíssimo já com suspeita de morte encefálica pela ausência de respostas tronculares e midríase fixa sem resposta fotomotora. Admitido na UTI dia 24 de maio às 16h20 com necessidade de reanimação cardiorrespiratória imediata evoluiu a óbito após 37 minutos da admissão as 16h57. Diagnóstico de insuficiência respiratória, septicemia e pneumonia”.
O documento aponta que os relatórios com os dados foram protocolados junto ao Ministério Público do Estado no dia 10 deste mês e estão sendo encaminhados ao Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso e à Auditoria Geral do Sistema Único de Saúde (SUS) para as providências.
“Salientamos que desde a readmissão da gestão da UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital Regional de Sinop em 15 de maio o médico responsável técnico e visitador clínico é o André Vieira da Cruz, médico intensivista pediátrico, com título de especialista na referida área de atuação e devidamente registrado no CRM-MT”.
A nota de esclarecimento é uma resposta a um grupo de mães que se organizaram para cobrar providências em relação a morte de bebês registrados nos últimos mês no Hospital Regional de Sinop. Elas apontam que os óbitos estão relacionados a esta possível superbactéria.