Moradores da região de Peixoto de Azevedo disseram que viram um avião de grande porte fazendo manobras incomuns e perdendo altura na tarde de sexta-feira, dia em que um Boeing 737-800 da Gol desapareceu entre o norte do Estado e o sul do Pará com 155 pessoas.
“O pessoal viu um avião de grande porte fazendo manobras estranhas e perdendo altura, mas perderam a visibilidade em função da distância e da altura das árvores”, afirmou à Reuters Ademir Ribeiro, administrador da Fazenda Jarinã, localizada a 230 quilômetros de Peixoto de Azevedo, em entrevista por telefone.
Segundo Ribeiro, os relatos foram feitos a ele pelo gerente da Fazenda Maderuna, que fica a 20 quilômetros da Fazenda Jarinã.
Não foi possível entrar em contato com representantes da Fazenda Maderuna, que não tem telefone, segundo Ribeiro. Ele obteve a informação quando se dirigiu à fazenda na sexta-feira, a pedido de autoridades do Comando Aéreo de Brasília.
“A mata por aqui é fechada, nativa, o pessoal perdeu contato visual por causa das árvores”, disse Ribeiro, afirmando que não foi possível confirmar se o avião era da Gol. Ele explicou que a fazenda está abaixo de rotas regulares de aviões.
Segundo ele, o encarregado da Jarinã, que por volta de 16h30 e 17h (hora local) estava no campo cuidando do gado, “ouviu um estrondo muito forte” nesse horário. “Não se viu fumaça ou coisa parecida” depois do barulho, disse Ribeiro.
Ribeiro informou ainda que “ontem à noite tinha avião da força aérea se movimentando aqui por cima da Jarinã. Até 1h da manhã eles estavam rondando”.
A fazenda é equipada com central hidrelétrica e tem iluminação, “mas de madrugada em diante eu não vi mais nada. Pode ser que o pessoal tenha concluído que não caiu por aqui e tenha se movido para outra área”, disse Ribeiro.
Representantes da Superintendência Norte da empresa que administra os aeroportos do país, Infraero, e da Aeronáutica não puderam ser localizados para fornecer informações atualizadas sobre os esforços de busca da aeronave.
O vôo 1907 da Gol decolou de Manaus às 15h35 (horário de Brasília) de sexta-feira com destino ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro. A Força Aérea Brasileira perdeu contato com o vôo às 16h48, quando o avião sobrevoava a região sul do Pará, nas proximidades da cidade de São Félix do Xingu. Moradores dessa cidade também informaram ter visto um avião de grande porte voando baixo.
O prefeito de Matupá (no Mato Grosso), Valter Mioto, disse à Reuters na noite de sexta-feira ter informações de que o avião tinha caído na Fazenda Jarinã, mas Ribeiro informou que a aeronave não caiu na propriedade e que não tinha mais informações.
Ainda na sexta-feira, o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, disse em entrevista à rádio CBN que o avião da Gol sumiu do radar depois de um choque com uma aeronave menor, um jato executivo Legacy, fabricado pela Embraer . O jato, apesar de ter sofrido avarias, conseguiu pousar na Serra do Cachimbo, no sul do Pará.
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