Funcionários terceirizados das Centrais Elétricas Matogrossenses (Cemat) farão greve por tempo indeterminado dia 19 de abril. Os municípios afetados inicialmente serão Cuiabá e Cáceres, mas pode haver paralisação em Sinop, Rondonópolis e Barra do Garças, caso as empresas que prestam serviços à Cemat não aceitem as exigências dos trabalhadores. Eles querem aumento no valor das cestas básicas de R$ 120 para R$ 250 e equiparação no abatimento dos planos de saúde. Os funcionários operam serviços emergenciais, restabelecimento de energia, ligações e construções de rede.
A paralisação é organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas de Mato Grosso (STIU-MT), que inclui funcionários de termelétricas, hidrelétricas, purificação e distribuição de água e esgoto. Juntas, Cuiabá e Cáceres (225 km a oeste da Capital) têm uma população de quase 640 mil pessoas, que podem ter o abastecimento de energia comprometido.
De acordo com o diretor da Conel Construções Elétricas, Claudecir Queiroz, a empresa (que tem 350 funcionários) está em negociação e fazendo "todos os esforços possíveis" para chegar a um consenso. "Tivemos uma reunião e propomos que as exigências fossem prorrogadas para julho de 2010, já que o reajuste com a Cemat acontece em maio".
A direção da Enecol Engenharia e Manutenção, em Cáceres, disse que a empresa está se esforçando para que não haja a paralisação. O proprietário da Sociedade Terceirização de Serviços (STS), João Garcia, afirmou que segunda-feira terá uma reunião com o sindicato para tentar resolver o impasse.
Mais greves – Três outros municípios (que somam mais de 350 mil pessoas) também podem participar da greve. A diretoria da Centro Sul, localizada em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), informou que não vai se posicionar enquanto o sindicato não apresentar oficialmente as propostas. A assembleia geral está marcada para dia 31 de março e envolverá os 276 funcionários. A mesma declaração foi dada pela diretoria da Líder Construções Elétricas, que fica em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá). Os funcionários da empresa terão assembleia dia 6 de abril.
O gerente da Contrafo Comércio e Construções Eletromecânicas, Sérgio Yokoo, afirmou que não pode antecipar uma negociação com o sindicato sem antes ocorrer o reajuste com a Cemat. Segundo o gerente, o valor é baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que chega, em média, a até 6% de aumento. Mas Yokoo lembra que os 150 trabalhadores de Barra do Garças (509 km a leste de Cuiabá) querem um aumento da cesta básica superior a 100%. A assembleia está marcada para primeiro de abril.
O vice-presidente da Cemat, Antônio Carlos da Fonseca, informou que a empresa acredita no entendimento entre as terceirizadas e os trabalhadores. O presidente da STIU, Dillon Caporossi, não quis dar entrevista.