O coordenador da Fundação Nacional do Índio de Colíder (160 km Sinop), Sebastião Martins, aguarda a definição da estratégia de atuação com a Polícia Federal para negociar diretamente com índios a liberação de um funcionário da Funai. Ele é feito refém, há pelo menos dois dias, por índios kayapós, na divisa entre os municípios mato-grossense de Santa Cruz do Xingu e São Félix do Xingu (PA). O local é de difícil acesso e ainda não há previsão de quando os representantes se deslocam para lá.
Servidores indígenas da Funai, que estão em contato, via rádio amador, com índios informaram, segundo Sebastião, que o clima é pacífico. Mas, eles reivindicam a presença das autoridades e exigem o início do estudo antropológico para a demarcação e inclusão das terras em uma reserva indígena, já que esta, seria de proteção ambiental permanente e mesmo assim, nela, estariam instaladas pousadas e empreendimentos, que degradam o meio ambiente. Eles falam também em extração de madeira ilegalmente e demais crimes ambientais.
Sebastião considera que a presença dos policiais federais é importante para a identificação e prisão das pessoas que teriam ateado fogo em veículo utilizado pelos índios, há sete dias, o que esquentou clima com fazendeiros. O Ministério Público Federal cobrou, esta semana, a atuação imediata da Funai e a PF a apuração do conflito.