A extensão da queimada que ameaça o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães ainda não foi calculada pelos técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). O fogo afeta a região desde domingo (5) e é acompanhado de muita fumaça. Três brigadistas foram retirados do combate às chamas devido problemas com intoxicação.
A analista ambiental do Instituto, Priscila Amaral, disse que o fogo está presente em regiões como o Circuito das Cachoeiras, Morraria do Quebra Gamela e Morro de São Gerônimo. Ela explica que o parque está desde maio sem chuvas e a previsão é que até 20 de setembro continue o período de estiagem.
Foram deslocados 35 brigadistas do ICMBio que fazem o trabalho de contenção todos os dias até a madrugada, por volta de 1 hora. Como ainda não foi deslocada nenhuma aeronave para o combate aéreo das chamas, os agentes estão utilizando meios braçais para o trabalho, como bomba costal, abafadores e até moto-bombas, para as atividades próximas às cachoeiras.
Ao percorrer a MT-251, de Cuiabá a Chapada dos Guimarães, a crítica situação em que está o parque é visível. Muita fumaça, fuligem e focos de incêndios às margens da rodovia.
Os turistas que param em locais como Mirante e Portão do Inferno ficam decepcionados com a dificuldade que encontram para fotografar os pontos turísticos.
Para complicar ainda mais o combate às chamas, o forte vento espalha os focos, que mudam de direção constantemente.
O auxiliar de almoxarifado, Leandro Pereira da Silva, 22, que no último final de semana esteve na Cachoeira de Martinha, afirma que a maior parte dos incêndios na região é criminosa. "Eu ando de moto e já vi os próprios motociclistas jogarem cigarros no meio da estrada".
Segundo ele, o fogo que ele observou na margem da MT-251 poderia ser apagado por um grupo de pessoas que estava no local. "Dava para notar que eles moram ali e, mesmo assim, não fizeram nada para conter o incêndio".