Lucas Cardoso Ramos, de 26 anos, é pesquisador e vive em Lund, na Suécia, desde novembro deste ano. A ida para o exterior foi motivada pela tecnologia presente em um laboratório que permite estudar de forma detalhada as partículas presentes na atmosfera, que fazem parte do estudo de doutorado do jovem. O físico ambiental saiu de Mato Grosso sem conhecer a língua sueca e conta como foi sua adaptação no local com os principais desafios.
O desejo em realizar parte de seu doutorado na Suécia veio, primeiramente, por saber da tecnologia existente na Lund University. Além disso, o país dispõe de uma boa qualidade de vida, o que também pesou em sua decisão. “Aqui existe um laboratório bem importante, ele se chama SoftiMAX. No Brasil a gente não tem uma técnica específica para analisar as partículas da atmosfera e aqui nesse laboratório tem” explicou ele.
No país europeu, ele estuda amostras do ar que foram coletadas no Pantanal, em Poconé (104 km ao Sul) durante as queimadas deste ano. O estudo em desenvolvimento ajuda a entender a composição e as mudanças do ar. Ramos explicou que as partículas presentes na atmosfera podem influenciar e interagir com a radiação solar e também com a qualidade de vida da população, mas que isso ainda não é totalmente compreendido pela ciência.
Realizar os estudos dos aerossóis, como o pesquisador desenvolve, soma um passo no desenvolvimento e compreensão da área científica. Ramos está no país há pouco tempo e relatou que um dos maiores desafios foi ter se mudado sem falar o idioma do local, o sueco. Ele explica que se comunica em inglês com seu orientador e com as demais pessoas da Universidade, assim como com os moradores da região.
Apesar de dominar o inglês e isso facilitar a comunicação interpessoal, comprar itens básicos continua sendo um desafio. Os rótulos dos produtos são elaborados em sueco e, para serem entendidos, o estudante recorre ao tradutor.
Apesar da tecnologia e da qualidade de vida existentes no novo país, Lucas Ramos explica que tem o desejo de retornar para Cuiabá e que não vê Lund como uma possibilidade de criar raízes. Em um futuro, após concluir a etapa de sua pesquisa, ele vai retornar para Mato Grosso.
“Eu vou voltar para Cuiabá para continuar com os estudos também, principalmente sobre a região do Pantanal. A gente também está com outro projeto buscando estudar mais a área urbana de Cuiabá e desenvolver sensores de qualidade do ar e espalhar pela capital mato-grossense. Além disso, eu vou dar continuidade também nesses projetos e coletar mais amostra para desenvolver a pesquisa”, explica ele.
Por fim, ele destacou a importância de ser um representante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em outro país. “Vir para cá acaba trazendo mais visibilidade para a UFMT e Cuiabá. A ideia é que não termine aqui. Isso é uma etapa, para que eu consiga criar conexões e também internacionalizar ainda mais a universidade”, finalizou o pesquisador.
Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.