O grande número de trabalhadores nos canteiros de obras em Cuiabá e Várzea Grande gera movimentação na economia local e investimentos, mas tantos postos de trabalhos também causam irregularidades.
Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) são mais de 4 mil trabalhadores em cerca de 50 canteiros de obras, incluindo a Arena Pantanal, onde serão realizados os jogos da Copa do Mundo Fifa 2014. Mas a segurança e saúde desses trabalhadores entram em xeque, com a falta de cuidados básicos.
Na Capital, as fiscalizações da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) já geraram mais de 400 autos de infração envolvendo falta de segurança e saúde.
O secretário da Secopa, Maurício Guimarães afirma que a Secretária mantém um corpo de fiscalização e tem gerenciadoras que cuidam especialmente do trabalho nas obras, para que se evitem acidentes de trabalho nos locais de atuação do órgão.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), Joaquim Santana, os acidentes envolvendo vítimas fatais caiu em relação aos anos anteriores, mas a preocupação continua, especialmente porque Mato Grosso continua sendo apontado como estado campeão em acidentes de trabalho, principalmente na construção civil.
"Mato Grosso não é diferente de outras regiões do país e temos como diminuir os acidentes de trabalho nos canteiros de obras", ressalta o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso (FETIEMT), Ronei de Lima.
Brasil – Conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, entre janeiro e junho deste ano mais de 24 mil autuações em construções foram registradas, em cerca de 15 mil ações de fiscalização. As ações envolveram 1, 6 mil trabalhadores da construção.
Defasagem – Nesta semana, sindicalistas das 12 cidades-sede da Copa do Mundo debateram além da segurança no trabalho, a possível defasagem de operários com o fim do evento. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que 40% devem deixar a construção civil.
A Campanha pelo Trabalho Decente Antes e Depois de 2014, realizada pela Federação Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), iniciou com debates na Copa da África, em 2010, onde segundo a entidade, através do representante mundial Tos Ano Nuevo, que esteve em Cuiabá, 13 mil trabalhadores sofreram com o fechamento de postos de trabalho.
O encontro teve como meta apontar em diálogo com governo e empresários o que pode ser feito para evitar a defasagem e o desemprego. "Tem sido ofertados cursos de capacitação preparando essas pessoas para agora no evento desempenhar melhor suas funções, mas também estarem preparadas para pós o Mundial", disse o secretário Maurício Guimarães.