A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) ainda não remunerou os funcionários terceirizados do concurso público estadual cancelado (22 de novembro). A instituição não têm previsão de quando fará o pagamento e apontou como um dos principais motivos do atraso o burocrático sistema de cadastro dos trabalhadores. Ela descartou falta de dinheiro.
Coordenadores e fiscais deveriam receber após a realização do concurso R$ 200 e R$ 120, respectivamente. Entretanto, após vários adiamentos, ficou marcado o recebimento para 4 de dezembro (sexta-feira), algo que não aconteceu. A coordenadora de uma instituição da Capital, Rosane Schmeing, disse que, após apresentar os dados dos prestadores de serviço (como nome completo, número de conta corrente ou poupança, do PIS e Pasep), não recebeu nenhuma previsão sobre a data do recebimento.
A outra coordenadora, Bruna Santos, está desacreditada sobre a remuneração. "Eu acho que não vão pagar. Até agora está enrolado e ninguém atende a gente. Eu ainda fico recebendo ligações das pessoas querendo receber".
Bruna conta que chegou para o concurso 4h30 e saiu 16h. A fiscal Maria Rosa Vieira de Azevedo, que ficou das 6 horas até 14h30 no dia do concurso, está mais otimista. Ela, o cunhado e o sobrinho estão na expectativa de receber os R$ 120 cada. "Eu espero e preciso do dinheiro".
A assessoria de comunicação da Unemat informou que o problema estava na falta de informação sobre os prestadores de serviço e na falta da entrega dos recibos. Mas o principal motivo foi o burocrático sistema utilizado para cadastrar os terceirizados. Depois que a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faesp) foi desvinculada do gerenciamento financeiro da Unemat pelo Ministério Público Estadual, a instituição de ensino teve que agir por conta própria e usar um sistema de cadastro mais moroso. Até ontem, apenas 190 das 473 instituições de ensino tinham os dados completos dos terceirizados. Foram 14 mil pessoas que trabalharam no concurso em todo o Estado.
A Unemat não apresentou prazo para que o pagamento ocorra a todos os funcionários. Coordenadores, fiscais, auxiliares de limpeza, porteiros e motoristas estão entre os que trabalharam.