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Filho de copeira é empossado juiz em Mato Grosso: “dedicação, resiliência, trabalho e perseverança”

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

Os 25 novos juízes e juízas que vêm reforçar o Poder Judiciário de Mato Grosso tomaram posse nesta sexta-feira. A cerimônia de posse ocorreu de forma híbrida na sede do Palácio da Justiça com parte das autoridades por videoconferência. Apesar do distanciamento social para evitar o contágio da Covid-19, os novos ingressantes na magistratura não esconderam a emoção na posse que representa anos de estudos e renúncias na vida pessoal com o objetivo de conquistar a aprovação em concurso.

Entre eles, Jonatan Moraes Ferreira Pinho, 37 anos, que define sua história como de “dedicação, resiliência, trabalho e perseverança”. Natural de São Paulo, destaca que o magistrado deve estar “conectado com os problemas sociais do estado, trazer dignidade e respeito às pessoas”. 

Jonatan conta ser o primeiro da família que chegou ao ensino superior e se formou em 2009. “Não só meu núcleo familiar, mãe e irmãos, como também agregados, primos, tios, avós. Sou o primeiro, é algo que sempre gostei. Via filmes de júri e gostava, me identificava. Na faculdade, a gente percebe que o direito é muito amplo”, diz. 

Ao longo de 10 anos, a dedicação aos estudos não era exclusiva, pois conciliava com as demais atividades profissionais. Mas foi durante essa trajetória que a ideia de ser um magistrado foi amadurecida. Por morar em um grande centro urbano, relata que os estudos tiveram custo elevado, pois precisava locar um espaço para estudar em uma cabine de estudos para onde ia à noite, após sair do trabalho.

“Tenho uma origem humilde, estudei em escola pública e tenho a honra de ser filho de uma mulher que é copeira. Consegui uma bolsa de estudos pelo Prouni para me formar e, durante todo o período em que estudei, tinha a convicção de ingressar no serviço público. Terminei a faculdade e fiz concurso para analista do MP e ali comecei”, destaca.

Formada em Cuiabá, Amanda Pereira Leite Dias, conta que teve a experiência de assessorar magistrados. Mas um ano depois da conclusão do curso de Direito, passou a se dedicar exclusivamente para os concursos e a rotina durou 7 anos até a aprovação. A decisão de ser magistrada foi antes mesmo de chegar à faculdade.

“O magistrado deve estar atento à sociedade e às mudanças que nela ocorrem. Mas jurisdicionar não é lidar apenas com a parte jurídica da história. Seremos gestores de fórum, iremos lidar com todos os funcionários e precisamos saber lidar”, explica.

 Amanda lembra que o grupo de 25 juízes e juízas assumem os cargos em um ano eleitoral, além da pandemia e que sabem ser  necessário fazer adaptações para conciliar o novo modo de trabalho que a pandemia trouxe. 

“É importante ter em mente que o magistrado não pode ceder a pressões sociais. Precisamos estar alheios a isso para aplicar a Constituição e a lei ao caso que nos é posto. Dessa forma, não tem como se preocupar com a pressão da mídia ou as redes sociais que tem julgadores da sociedade. Estaremos alheios a isso para atuar com imparcialidade”, avalia.

Fernanda Mayumi Kobayashi, juíza empossada aos 30 anos, conta que, ao concluir a graduação, advogou por dois anos e ainda foi mediadora judicial e extrajudicial. Só após esse período começou os estudos para concurso de forma mais focada, sendo ao menos 4 anos de dedicação para chegar à magistratura. “No início me dedicava, exclusivamente, aos estudos, mas ingressei como analista no Ministério Público em São Paulo e passei a conciliar o trabalho com estudos”, explica.

Ela reconhece que embora a realidade de MT seja diferente daquela do seu estado de origem, já está preparada, pois o processo do concurso em si a preparou. “É um estado que admiro muito, não só por ter familiares aqui, mas por todo o histórico no tratamento aos servidores, o próprio Tribunal de Justiça, que admiro muito. Todos nos preparamos para essa realidade e, evidente, que no dia após dia percebemos os desafios. Eu me sinto preparada e com vontade de atender à população”, conclui,

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