“Não vamos nos esconder atrás da falta de estrutura mas definir prioridades”. A declaração é do procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Marcelo Ferra, ao avaliar o atual quadro do Ministério Público estadual onde – assim como outras instituições – o número de servidores mostra-se abaixo do volume de trabalho gerado. Eleito neste ano para comandar o MP até abril de 2011, Ferra diz que até o final de sua gestão pretende colocar em prática uma série de medidas.
Ele defende que não basta se lamentar, mas é preciso mostrar ação. “Sabemos que o número promotores é inferior aquele que seria ideal. Mas não podemos usar como desculpa para não prestar um serviço de qualidade para a sociedade”, declarou, em entrevista ao Só Notícias. De acordo com o procurador, o MP deve definir prioridades em seu planejamento.
“É muito cômodo para o agente público ficar se lamentando que o Estado não lhe oferece estrutura, condições. A pergunta é dentro das condições que se tem qual trabalho pode ser feito?”, questionou Marcelo Ferra. O representante, no entanto, não enumerou qual a real necessidade da instituição quanto ao número de servidores que precisa.
“É difícil fazer uma quantificação estadual. Mas a diferença em relação ao número de magistrados é de praticamente 100 [promotores]. Sabemos que não vai igualar este número devido a questões orçamentárias. Vamos procurar não se esconder atrás da falta de estrutura mas definir prioridades e agir de acordo com a existente”, acentou.
Marcelo Ferra diz que uma das principais prioridades é estruturar as promotorias e procuradorias em Mato Grosso bem como estabelecer um plano de ação que vise criar diretrizes estaduais. Isto porque muitos casos atendidos pelo MP ultrapassam barreiras geográficas. “Há muitos problemas que não são exclusivamente das cidades”, exemplificou.
Em Mato Grosso, o MP é composto por 26 procuradores de Justiça e 139 promotores.