A estimativa de produção para a safra da soja e milho 2022/23 será de 87,87 milhões de toneladas, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) e o déficit de armazenagem no Estado permanece em patamar próximo a metade de tudo aquilo que produzimos de grãos, o que demonstra a urgência e relevância do assunto.
Sem ter como armazenar a produção dentro das propriedades, os produtores rurais precisam colher a safra e entregar a um entreposto de recebimento, fundamentalmente empresas exportadoras. Esta enxurrada de oferta do produto no mercado concentrada em determinados períodos do ano derrubam a cotação do produto; aumentam os custos de frete rodoviário; geram pressão sobre a infraestrutura no momento em que as chuvas já castigam o asfalto, como consequência vemos um aumento significativo de acidentes com vítimas fatais, deterioração das estradas, e redução das margens aos produtores.
“Entra safra e sai safra e o problema só se agrava. Maior produtor de grãos do país, Mato Grosso não tem como armazenar o que produz. Aprosoja-Mato Grosso constantemente cobra do ministério da Agricultura e Pecuária taxas de juros e volume de recursos adequados a atender pequenas e médias propriedades, mas a entidade também atua em fóruns permanentes que buscam fomentar instrumentos creditícios privados para fazer frente ao desafio que é o déficit interno de armazenagem”, cobrou o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, Fernando Cadore.
Ele também ressalta os esforços da entidade para demonstrar a viabilidade da construção de armazéns dentro de propriedades de quaisquer dimensões, desde que corretamente dimensionados à necessidade do negócio. “Em 2021 a entidade lançou a campanha Armazém para Todos, iniciativa que reforça aos produtores a importância da armazenagem própria. Esta é, e continuará sendo uma prioridade para a Aprosoja-MT e para os produtores de soja e milho de Mato Grosso”, finalizou, através da assessoria.