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Exclusivo:Gonçalves explica falsificações em projetos ambientais em Sinop e nega ameaças a Justus

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O corretor de imóveis José Carlos Gonçalves, preso em abril do ano passado, em Sinop, pela Polícia Federal, acusado de envolvimento com fraudes em projetos ambientais para ser feita averbação de reserva legal, negou que tenha ameaçado o ex-diretor da Fema, Rodrigo Justus, que depôs semana passada, na Justiça Federal, e lhe acusou de ter feito supostas ameaças depois que saiu da cadeia. Justus disse que denunciou José Carlos e que, por telefone, na sede da Polícia Federal, negociou a falsificação de um projeto para desmatamentos e a fraude custaria R$ 40 mil.

O esquema de falsificação que funcionava em Sinop foi descoberto ano passado. Para driblar as exigências legais de Ibama e Fema, eram feitas as falsificações e os donos de áreas desmatavam apresentando aos fiscais documentos que pareciam ser verdadeiros. A Polícia Federal, depois que Rodrigo Justus disse ter denunciado o esquema (quando ainda era diretor da Fema), foi até o escritório de José Carlos Gonçalves, em Sinop, e apreendeu documentos e carimbos falsificados do Ibama e Fema que eram usados para fraudar projetos para desmatamentos.

Desde que o esquema foi descoberto e ele acabou preso, José Carlos Gonçalves, concedeu sua primeira entrevista sobre o caso. Falando com exclusividade ao Só Notícias, ele negou que tenha feito ameaças a Justus e deu detalhes de como eram feitam as falsificações. Ele não revelou todos os detalhes e algumas questões as respostas foram vagas, superficiais.

Só Notícias : O senhor ameaçou o ex-diretor da Fema Rodrigo Justus ?

José Carlos: “Eu nem conheço ele. Nunca o vi. Soube que ele me denunciou (em depoimento na Justiça Federal) porque voltei a depor na Polícia Federal (este mês). Eu jamais ameacei ele. Ele ficou todo este tempo quieto. Por que ele não falou isso de mim antes ? Só agora, por causa destes problemas (Operação Curupira) e porque a coisa apertou para o lado dele é que fica fazendo esta falsa testemunha contra mim”.

Só Notícias: Ele acusou o senhor de fazer falsificações em Sinop para esquentar documentos para desmates. Foi isso mesmo ?

José Carlos: “O projeto florestal era simplesmente para a pessoa fazer desmatamento que é em prol do crescimento da nossa região, dos plantadores de soja. Se nós lesamos o meio ambiente é uma coisa que a justiça vai tomar as devidas providências. Não eram bem falsificações. Eram documentos que eram feitos com datas retroativas na época. Eu não era 100% conhecedor desse ramo….Meu ramo é bem diferente. Por 18 anos tive oficina em Sinop, hoje meus prédios estão alugados. Não é que eu falsifiquei. É uma coisa que já tinha uma continuidade, alguém que veio e me passou. Eu simplesmente tinha uma comissão. O dinheiro destes projetos não era pra mim. A pessoa que recebia, quem tinha envolvimento, já tá lá no processo da Polícia Federal. Já prestei vários depoimentos.

Só Notícias: O senhor não tinha participação direta no esquema de fraudes ?

José Carlos: “Participação direta, não. Posso dizer que era indireta porque eu tinha comissão”

Só Notícias: O senhor fazia o que especificamente nestas fraudes em projetos ambientais ?

José Carlos: “Essa comissão era simplesmente para pegar o projeto e passar para o pessoal….. Eles rodavam o projeto e eu repassava para o cliente. O resto já expliquei em depoimento.”

Só Notícias: O ex-diretor da Fema Roldrigo Justus disse na Justiça que o senhor cobrava R$ 40 mil por cada falsificação. É isso mesmo ?

José Carlos: “Não. Falar que cobrava R$ 40 mil tá errado. Simplesmente era cobrado, e tá lá no processo, R$ 60 por hectare (de cada projeto falsificado) ”

Só Notícias : O senhor tem idéia de quantos projetos que foram falsificados passaram por suas mãos ?

José Carlos: “Acho que foram poucos. Todos, se deu em torno de 800 hectares, foi muito, com certeza”

Só Notícias: Então sua participação nos esquemas de falsificações foi curto ?

José Carlos: “Sim. foi muito curto, em torno de 6 meses. Desde que fui preso pela Polícia Federal não me envolvi mais com isso.”

Só Notícias: Como eram feitas as falsificações ?

José Carlos: “Eram feitas devido as dificuldades que os agricultores tinham ( para fazer as averbações de forma legal em áreas para desmatamentos) . Eu não fazia a falsificação. Como que funcionava lá em cima, se era falsa ou não eu não sabia. Na verdade, os carimbos ( do Ibama e Fema falsificados) que estavam na minha empresa, estava com uma pessoa que liberava os projetos. No dia (em que a Polícia Federal lhe prendeu) ele deixou ali para aprontar uns três proijetinhos pequenos, coisas de 70 nhectares. Ele foi até Itaúba e dentro de 3 horas estaria de volta, pegaria os documentos dele e levaria de volta. Deu a infelicidade que na hora chegou a Polícia Federal e tomou conhecimento destes objetos”

Só Notícias : Quem é esta pessoa ?

José Carlos: “O nome dele já tá no processo”.

Só Notícias: O senhor era procurado mais por agricultores ou por madeireiros para fazer estas falsificações em projetos ?

José Carlos: “Estes projetos são totalmente da lavoura, da agricultura. Não tem nada com madeireira.”

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