A coordenadora do Laboratório Forense da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Alessandra Paiva Puertas Alves, entregou agora há pouco ao juiz Pedro Sakamoto, da 7ª Vara Criminal, o resultado do exame de DNA que identifica como sendo do juiz Leopoldino Marques do Amaral o corpo exumado no último dia 14 de fevereiro. A exumação foi solicitada para provar se a ossada enterrada no cemitério de Poconé (104 km de Cuiabá) é a mesma do corpo periciado em setembro de 1999, ano da morte do magistrado.
De acordo com a perita, que estava em Brasília desde o dia 1º deste mês, quando tiveram início os exames, no caso dos restos mortais do juiz Leopoldino Marques do Amaral, duas técnicas poderiam ser utilizadas: o DNA Autossômico, encontrado no núcleo das células, técnica esta que produz um grande número de informações genéticas, permitindo a individualização das vítimas ou, a técnica referente ao DNA mitocondrial, mais preservado e resistente as ações do tempo e de outros fatores. “A primeira técnica, a de núcleo celular, a mesma utilizada para testar paternidade, é dificilmente executável quando há escassez de material ou quando o material coletado é de um cadáver antigo”.
Segundo explicou Alessandra Paiva, na primeira tentativa de identificação não foi possível obter um resultado em função da impossibilidade de identificação do núcleo da célula, por uma série de fatores, como o tempo e as condições a que ossada foi exposta. No caso do juiz, foi realizada a identificação pela técnica do DNA mitocondrial e para tanto foi utilizada a amostra de referência de seu irmão, Adeilton Marques do Amaral.
As análises foram realizadas pela Perícia Oficial do Estado de Mato Grosso, em conjunto com o Laboratório de DNA do Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Polícia Federal, em Brasília.
A realização do exame foi possível em virtude de um termo de Cooperação Técnica que prevê ações de capacitação e execução de análises de DNA, firmado entre o Governo de Mato Grosso e o Ministério da Justiça.
O termo prevê ainda que os peritos de Mato Grosso realizem as análises de DNA Forense demandadas no Estado, no Laboratório Regional do Centro Oeste Brasileiro, em parceria com os peritos locais, a fim de promover a capacitação necessária aos servidores para que em breve o Estado possa ter um funcionamento o Laboratório de DNA Forense.