Os ex-policiais militares Hércules de Araújo Agostinho e Célio Alves de Souza serão julgados hoje pelo assassinato do empresário Mauro Sérgio Benedito Manhoso. O início do júri popular está marcado para às 8h, no Fórum da Capital e será presidido pela juíza Mônica Catarina Siqueira Perri. A vítima foi morta a tiros em outubro de 2000, quando trafegava na rua Desembargador Ferreira Mendes, no centro de Cuiabá.
Inicialmente, Hércules assumiu a autoria do crime, incriminou Célio, quem ele apontava como comparsa, mas voltou atrás em novo depoimento. O acusado afirma que se responsabilizou pela morte porque receberia benefícios, o que não ocorreu. O advogado Jorge Godoy, que defende Hércules, afirma que tentará provar a inocência do seu cliente, alegando que não há provas ou testemunhas.
A mesma linha de defesa é assumida pelo advogado Waldir Caldas, defensor de Célio, que também nega participação no crime. Caldas entende que não há no processo elementos que apontem seu cliente como autor deste homicídio. Apesar da ausência de provas, Caldas entende que pode haver condenação pelo fato da dupla ser conhecida como ex-pistoleiros do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro. "Existe o risco de serem condenados pelo o que são, não em razão do que efetivamente fizeram neste processo. Não há provas".
Manhoso foi morto a mando de Arcanjo, que também é réu no processo. O ex-comendador será julgado, mas ainda não há data.
A denúncia do Ministério Público aponta que a morte do empresário foi encomendada por Arcanjo, que se sentiu ameaçado com a autorização da Polícia Federal concedida ao empresário para comercializar um jogo do tipo "raspadinha". O lançamento do jogo foi entendido por Arcanjo como concorrência.