Cerca de 300 enfermeiros, técnicos de enfermagem, zeladoras e cozinheiras que trabalharam nas unidades de saúde de Sinop e Sorriso devem trancar a rodovia federal na próxima sexta-feira, às 16h. De acordo com a enfermeira e também uma das líderes do movimento, em Sorriso, Cíntia Cassia Casa Nova, todos foram dispensados no 1º do mês passado e até agora, não receberam os salários atrasados, 13º e as férias.
“Nós entramos com uma ação contra o governo e a Organização Social de Saúde, que administrava o hospital na época para receber o 13º salário, férias de três a quatro anos vencidas e os nossos salários que não foram pagos de setembro até agora. O governo havia prometido que seriam quitados, mas isso não ocorreu. Vamos aguardar até o dia 15. Caso não ocorra o pagamento faremos o trancamento da rodovia para chamar atenção da sociedade para o problema e do governo. Estamos unidos aos servidores de Sinop que também foram dispensados e até agora não receberam. Faremos o manifesto no mesmo dia”, disse Cíntia, ao Só Notícias.
O Hospital Regional de Sorriso está sendo administrado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) desde junho de 2015. A intervenção do estado o ocorreu após denúncias de supostas irregularidades no gerenciamento da Organização Social de Saúde (OSS). Entre as irregularidades apontadas na época estavam a má qualidade dos atendimentos prestado e o descumprimento de obrigações previstas no contrato. Não foi informado se houve alguma conclusão e confirmação das irregularidades por parte da SES.
Já a unidade de Sinop era administrada pela Fundação Comunitária de Saúde. A Organização Social encaminhou, no dia 16 de novembro, ao governo do Estado, notificação rescindindo contrato da prestação de serviços de atendimentos no hospital argumentando que tem R$ 16 milhões “de diferença de repasses mensais” para receber e que os constantes atrasos estão causando “colapso” na unidade.
A entidade alegou que não recebeu pelos serviços prestados de setembro, outubro e novembro. O pagamento referente aos serviços de agosto foi feito mês passado, em três parcelas representando cerca de R$ 4,4 milhões. Outro motivo apontado para a rescisão é a redução em R$ 1,4 milhão mensais no contrato de prestação dos serviços “que inviabiliza a manutenção das equipes médicas condizentes com a unidade médica regional”.
Após isso, o secretario estadual de Saúde, Luiz Soares, assinou um contrato emergencial repassando a gestão do Hospital Regional ao Instituto Gerir, de Goiás. O contrato tem um total de R$ 18 milhões e foi firmado por meio de dispensa de licitação. Não consta na portaria, publicada no Diário Oficial do Estado, quanto durará a contratação. Porém, segundo informação do secretário-adjunto da pasta, Cassiano Faleiros, que esteve em Sinop na semana passada, o instituto gerenciará a unidade por 180 dias até que seja aberto um chamamento público para que uma nova organização assima a administração.
Outro lado
A assessoria da secretaria Estadual de Saúde informou, ao Só Notícias, que em relação aos salários dos servidores que foram dispensados do hospital de Sinop, está sendo feito um levantamento e o valor será pago via judicial. Em relação a situação da unidade de Sorriso, como hoje é feriado em Cuiabá, a assessoria deverá se posicionar apenas na segunda-feira sobre o caso.
(Atualizada às 15h29)