O estudo desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Biotecnologia e Ecologia Microbiana da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) descobriu um composto capaz de conter vermes que infectam raízes de plantas, impedindo o crescimento e a produtividade. O método se destaca pelo baixo impacto ambiental por não afetar outros organismos que estão na água e no solo.
O professor Marcos Antônio Soares do Instituto de Biociências, coordenador do LABEM, explica que o nematóide da galha, também conhecido como Meloidogyne spp., é um parasita microscópico que ataca as raízes das plantas, causando diversos danos e prejuízos à produção agrícola. “O nematóide penetra nas raízes das plantas e induz a formação de galhas, que são estruturas nodulares que impedem o fluxo de água e nutrientes, resultando em: enfraquecimento da planta; redução do crescimento; amarelecimento das folhas; Murcha e Suscetibilidade a outras doenças”, pontua.
A pesquisa foi conduzida pela discente Suzana Junges Vendruscolo do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade. “O nematóide da galha possui uma ampla gama de hospedeiros, afetando mais de 2 mil espécies de plantas, incluindo: Culturas agrícolas: Soja, algodão, tomate, pimentão, batata, feijão, milho, café, entre outras. Hortaliças: Melancia, pepino, abóbora, cenoura, beterraba, entre outras. Frutíferas: Videira, citros, bananeira, entre outras”, conta o professor Marcos Antônio Soares.
No estudo, a pesquisadora descobriu que compostos contendo selênio matavam o verme conhecido como nematoide das galhas, responsável por grandes prejuízos na agricultura brasileira. O verme também afeta plantações em Mato Grosso por infectar as raízes e reduzir seu crescimento e produtividade. “A equipe do projeto descobriu que os compostos matam os nematódeos da galha. Especificamente, o composto “Se-p-methyl phenylselenobenzoate” aplicado no solo reduziu consideravelmente o número de galhas nas raízes e ovos do nematódeo no solo. Esse composto não matou outros organismos no ambiente como algas, protozoários e larvas de insetos indicando que ele é ambientalmente seguro”, relata o coordenador do LABEM.
Os resultados das pesquisas podem também render aplicações científicas e econômicas. Conforme o laboratório, está em curso um pedido de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial e os resultados já estão disponíveis em artigo publicado no Journal of Pest Science. “A UFMT entrou com o pedido de patente, e o Escritório de Inovação Tecnológica (EIT) da instituição está prospectando empresas para a transferência de tecnologia”, disse através da assessoria o professor Marcos Antônio Soares.
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