Seis estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a advogada da Associação dos Docentes da UFMT (ADUFMAT S.Sind.), detidos, agredidos e insultados pela Polícia Militar, ontem à tarde, durante e depois da manifestação por moradia estudantil, vão processar o Estado e a reitoria da UFMT. Eles denunciam a truculência policial que marcou o final do ato de trancamento da avenida Fernando Corrêa, principal via de acesso à instituição de ensino.
Fotos e vídeos mostram vários momentos de excesso dos policiais da Ronda Ostensiva Tática Metropolitanas (Rotam), como um tapa na cara desferido em um rapaz que tentava pedir calma. A força do tapa fez com que o estudante caísse sentado no chão.
A reitoria será processada porque acionou a polícia para desbaratar o protesto. A reitoria nega e alega que populares é que ligaram para o 190. Mas, em nota oficial, a PM reafirma que "a Reitoria da UFMT informou a PM do fato e solicitou providências".
"A polícia já chegou batendo e atirando", disse o estudante de Mestrado em Geologia, Caiubi Kuhn, mostrando mais de 20 furos no peito, provocados por balas de borracha. Ao abrir a entrevista coletiva à imprensa, realizada no auditório da Associação dos Docentes da UFMT (ADUFMAT S.Sind.), esta manhã, ele explicou que as casas do estudante são refúgios para filhos de pais de baixa renda, que têm dificuldades em mantê-los fora de casa, durante o período universitário. "Sou um desses filhos", disse.
Conforme Só Notícias já informou, seis acadêmicos foram presos e dez ficaram feridos na confusão, após uma manifestação nas proximidades da avenida Fernando Côrrea da Costa. Vários disparos de com balas de borrachas foram feitos pelos policiais da Rotam. Na delegacia aconteceu mais confusão e dois advogados acabaram presos. A Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB-MT) repudiou o excesso dos policiais e a postura na condução do caso.
O manifesto era contra o fechamento de cinco Casas de Estudantes Universitários (CEUs).