Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprovaram uma greve-geral a partir de hoje, em razão do anúncio de implantação da nova “política de alimentação estudantil”. A paralisação, que se estenderá por tempo indeterminado, foi aprovada em assembleia-geral realizada ontem à noite.
A ideia anunciada pela reitora Myrian Serra é que a UFMT subsidie integralmente o pagamento das refeições servidas no Restaurante Universitário (RU) somente aos alunos de graduação com renda per capita familiar de até 1,5 salário mínimo e de 50% para estudantes de graduação presencial e pós-graduação.
Com isso, os estudantes que tiverem renda superior pagariam 2,35 pelo café da manhã, R$ 9,48 pelo almoço e R$ 9,48 pela janta. No modelo atual, os estudantes pagam R$ 0,25 no café da manhã e R$ 1 nos almoços e jantares.
A possível mudança causou o descontentamento dos estudantes, que chegaram a acampar em alguns pontos da universidade, mas foram obrigados a deixar os locais por decisão do juiz federal Raphael Casella de Almeida Carvalho, na última sexta-feira.
O magistrado determinou a reintegração de posse no campus por entender que se tratava de uma ocupação irregular, com possível risco ao patrimônio público e dano social, em razão do suposto impedimento de ir e vir dos alunos e profissionais.
Por isso, os alunos passaram a se concentrar na ocupação dos blocos e agora aprovaram uma greve geral. Atualmente, 22 blocos estão ocupados pelos estudantes – e um total de 29 dos 30 cursos ofertados na UFMT estão inclinados a aderir à greve de acordo com o membro do Centro Acadêmico de História, Elton.
Com a deflagração da greve, a universidade ficará completamente paralisada, uma vez que muitos cursos já não estão funcionam em razão da ocupação dos blocos. “Paralisa-se tudo até que queiram discutir conosco sobre essas mudanças”, disse o estudante.
Segundo a estudante de Arquitetura e Urbanismo, Thais Vecchi é preciso que a universidade dialogue com os estudantes, uma vez que os valores referentes ao serviço de alimentação já são considerados altos e, ainda assim, há uma tentativa da reitoria cobrar ainda mais.
Conforme Só Notícias já informou, os acadêmicos da UFMT do campus de Sinop, também fizeram protestos em relação ao reajuste.
Em nota à imprensa, a reitora Myrian Serra afirmou que não vai implantar a nova política de alimentação até que sejam concluídos os trabalhos de uma comissão formada por estudantes, técnicos administrativos e docentes, que debate o assunto. Disse ainda que somente após isso irá dar continuidade às discussões e à elaboração de propostas de modo mais participativo.