Um estoque estratégico contaria com, no mínimo, 318 bolsas de sangue por dia, mas a realidade do MT-Hemocentro tem sido outra bem diferente. Neste final de semana, pouco mais da metade de bolsas estão disponíveis para atender a população do Estado. Considerando os atendimentos de urgências, como vítimas de acidentes ou aquelas que precisam de transfusão sanguínea por causa de alguma doença, como por exemplo a leucemia, o estoque é insuficiente.
Atualmente, são coletadas no Brasil aproximadamente 3,6 milhões de bolsas por ano. Este número corresponde ao índice de 1,8% da população doando sangue. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5% da população de um país deve ser doadora regular de sangue para manter os estoques dos hemocentros. Em 2014, segundo o setor de estatística e informação, foram realizadas 51.407 coletas somando os procedimentos do Hemocentro em Cuiabá, do posto que fica no Pronto-Socorro e das 15 unidades de coleta e transfusão distribuídas pelo interior do Estado. A capital foi responsável por 25% desse valor, ao contabilizar 13.078 doações. Porém, este número não corresponde a quantidade de doadores porque uma mesma pessoa pode ser contabilizada três ou quatro vezes e mesmo que a coleta seja realizada ainda existem aquelas que estão inaptas e são descartadas após exames.
A hematologista e diretora do MT-Hemocentro, Suely Araújo comenta que esse número precisa aumentar porque a unidade mato-grossense é responsável pelos procedimentos de coleta, abastecimento de unidades hospitalares e também por atendimento de pacientes com doenças hematológicas, como anemia falciforme e hemofilia. “Temos necessidade de ter um grande estoque para suprir toda essa demanda que é muito grande”. Caso homens e mulheres em estado saudável e entre 16 e 69 anos doassem regularmente, o estoque seria mantido tranquilamente.
O Pronto-Socorro de Cuiabá é um dos hospitais que mais necessita de bolsas de sangue por parte do MT-Hemocentro porque é o principal local de socorro às vítimas de acidentes. Segundo a média, por dia, entram na unidade de 10 a 12 pessoas acidentadas. “Fora isso ainda temos aproximadamente 300 internos e alguns também podem precisar de transfusão”, diz a secretária-adjunta de planejamento e operações da Secretaria Municipal de Saúde, Iracema Maria de Queiroz.
Para ser um doador de sangue, além da faixa etária determinada e de estar saudável, é preciso ter peso igual ou superior a 50 kg, estar alimentado, mas evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação e dormir pelo menos seis horas nas últimas 24 horas.