A concessionária Rota do Oeste realiza operação especial para acompanhar diariamente o deslocamento de um rotor, que será utilizado na construção da Usina Hidrelétrica Teles Pires, em Paranaíta, pela BR-163. O equipamento, que pesa 280 toneladas, chegou ao Trevo do Lagarto, em Cuiabá, no último domingo (23), e segue pela rodovia rumo ao extremo norte do Estado.
Para acompanhar o traslado, a empresa disponibilizou um veículo que segue todo o trecho de concessão. Ele é equipado com um sistema de rastreamento via GPS, que envia informações em tempo real para acompanhamento remoto no Centro de Controle Operacional. “Desta forma conseguimos realizar um monitoramento integral, auxiliando na sinalização e repassando informações ao usuário da rodovia em casos de necessidade”, disse o gerente de Tráfego, Fernando Milléo.
Diariamente são também realizados relatórios sobre o trajeto do veículo ao longo do trecho, além do caminho percorrido durante o dia. Apesar deste ser o terceiro rotor que segue para a Usina, esta é a primeira vez que este trabalho é realizado com o apoio do Centro de Controle Operacional, que iniciou suas atividades em 20 de setembro.
Outra preocupação é quanto à segurança do equipamento no trajeto e os desafios no que diz respeito à estrutura da rodovia. “Elaboramos um planejamento minucioso ao lado da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para viabilizar o transporte do rotor. Além disso, fizemos uma análise das pontes, viadutos e outras estruturas no trajeto, garantindo a passagem do veículo nestes locais com toda segurança”, ressaltou o diretor de Operações, Fábio Abritta.
A previsão é que a passagem do equipamento pelo trecho de concessão da Rota do Oeste seja de 12 dias, caso não ocorra imprevisto. Ao todo, de Cáceres, onde foi desembarcado, a Paranaíta, o transporte poderá levar até 30 dias. Pela grandiosidade da carga, o transporte é diferenciado: um transporte especial é necessário para o deslocamento do rotor, que tem oito metros de diâmetro e cinco de altura. Pelo tamanho da peça, é necessária a ocupação de toda a via para locomoção.
Por conta disso, uma operação especial é realizada pela fabricante da peça, juntamente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a concessionária. O veículo trafega pela BR-163 durante duas horas, em uma média de 15 km/h. Neste período, a rodovia é interrompida nos dois sentidos. Após isso, o tráfego é liberado durante uma hora para aliviar o represamento de veículos. A média de deslocamento do veículo, em casos onde não há ocorrências, é de 50 quilômetros por dia, sempre trafegando entre 8h e 17h.
O primeiro rotor da UHE Teles Pires passou pela BR-163 no mês de maio, e chegou a Paranaíta no início de junho. O equipamento, chamado de Francis, é o maior já produzido para usinas hidrelétricas da América Latina, ultrapassando as dimensões de Tucuruí e Itaipu. Para chegar à Usina, ele sai de Taubaté, no interior de São Paulo, e passa pelo porto de Santos, seguindo pelo mar até o porto de Montevidéu, no Uruguai, para depois embarcar em uma balsa pela Hidrovia Paraguai-Paraná até Cáceres. Na sequência, ele segue por terra, começando pela BR-070 e depois pela BR-163. Outros dois equipamentos como este serão encaminhados pela Alstom para o Usina, completando cinco rotores.